Jovens artistas falam sobre desafios e renúncias no começo
O mercado competitivo e a necessidade de mostrar trabalho rapidamente testam limites e revelam uma rotina de sacrifícios
O treinamento para artista muitas vezes começa na infância, com escolinhas de atores que preparam as futuras estrelas para o palco. Profissionais conhecidos por seus trabalhos na TV, teatro e cinema como Wolf Maia, Cininha de Paula, Mareliz Rodrigues ou William Vita, por exemplo, estão à frente de escolas que moldam talentos desde cedo.
Essas escolas produzem espetáculos teatrais como conclusão de curso para dar aos alunos a oportunidade de exercitar o aprendizado na prática em que eles vivenciem a experiência de estar no palco diante de uma plateia.
Vitor Vaimberg ressalta a importância desse processo de aprendizado: "No palco me sinto à vontade e feliz com cada trabalho. Viver um personagem é tão fundamental para mim quanto respirar". Vitor, que acabou de participar dos musicais off Broadway, "Grease" e "Superhero", está se preparando para lançar um podcast enquanto se prepara para a temporada de espetáculos de 2025. "Eu sei que ainda é o começo, mas cada passo que dou, cada curso que faço, cada personagem que interpreto, me deixam ainda mais preparado para os novos desafios", completa o ator que aproveitou as férias de julho para fazer um curso de direção em Nova York.
É o caso do ator Stefano Agostini. Aos 9 anos foi selecionado para viver Zeca, o capa verde, na premiada série Detetives do Prédio Azul, do canal Gloob. A fama na TV abriu caminho para os palcos, hoje, aos 14 anos, ele acrescenta à experiência da TV, participações no cinema e no teatro. "O Zeca é como se fosse um irmão querido, aquele que te ajuda em todos os momentos. É o mesmo que sinto em relação a todos aqueles que me ajudam todos os dias a me tornar um ator melhor e mais completo", explica o jovem que aproveita a fama para se firmar como influenciador digital e divulgar nas suas redes produtos de marcas voltadas para o público infantojuvenil.
Gabi Amaral, que já passou por diversas agências, acumulou experiências ao longo de sua trajetória, desde seu primeiro trabalho, que lhe rendeu a indicação ao prêmio de revelação infantojuvenil na Rio Web Fest e representante do Brasil no Festival de Streaming de Miami, até seu papel atual como a vilã Anabel Brum em "D.P.A - A Peça 2 - Um Mistério Musical em Magowood", em turnê pelo Brasil. "Fazer o vilão numa história infantil é um presente para qualquer ator. Eu sinto que Anabel é o meu presente artístico, uma personagem que o público ama odiar e que eu amo interpretar. No final do espetáculo o carinho do público me preenche e me faz ficar feliz com a carreira que abracei", comenta Gabi Amaral que na esteira do sucesso nos palcos vem aumentando o número de seguidores nas redes sociais e atraindo interesse de marcas para lançamento de produtos.
"A jornada para conquistar espaço no mercado artístico é a mesma de qualquer profissão: estudo, dedicação e muita resiliência para conviver com os ‘nãos’ até ter a chance do ‘sim’ e agarrar "a oportunidade que pode ser o divisor de águas para uma carreira de sucesso". "A chance da Gabi veio quando ela pediu para estagiar na produção de DPA. Serviu cafezinho, lavou louça, marcou transporte para o elenco, até que surgiu um teste. Ela passou de estagiária a ser parte do elenco principal", conta a jornalista Patrícia Limeira que além de mãe, é a assessora, empresária e maior incentivadora do trabalho da jovem atriz. "Sem o apoio dos meus pais, sem o esforço deles, muitas vezes abrindo mão até de compromissos profissionais, eu não teria conseguido chegar até aqui", destaca Gabi.
A influenciadora Sofia Schaadt encontrou nos pais o apoio que precisava para conseguir êxito em suas redes sociais com seus vídeos sobre maquiagem e estilo de vida. A jovem já acumula 2,5 milhões de seguidores nas redes sociais e é referência das marcas de luxo para o lançamento de produtos para o público jovem. "Tudo aconteceu muito rápido na minha vida. Um vídeo que viralizou permitiu um crescimento rápido das minhas redes e o interesse das marcas em anunciar nos meus perfis. Tive que aprender a lidar com assédio de fãs, rotina de eventos e, com isso, me dedicar cada vez mais tempo ao trabalho. É difícil? É. Mas quando você ama o que faz os obstáculos ficam menores", finaliza.