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"Jihadi John" acusa segurança britânica de manipular suas declarações

Redação Folha Vitória

Londres - Em gravações realizadas pelo grupo britânico de advogados independentes Cage, um homem identificado como Mohammed Emwazi, conhecido por Jihadi John, reclama dos serviços de inteligência do Reino Unido e diz que "palavras foram colocadas em sua boca".

Emwazi tinha ido à Somália, quando foi impedido de entrar e acabou sendo deportado. Ao ser interrogado pelo agente Nick, o membro do Estado Islâmico disse que o agente o ameaçou e o acusou de ter ido à Somália para se juntar a terroristas.

As autoridades de segurança britânicas não comentaram o depoimento de Emwazi, conhecido como o membro mais cruel do Estado Islâmico, no qual aparece mascarado nas decapitações. O terrorista ganhou notoriedade em agosto, quando foram divulgadas imagens o mostraram matando o jornalista norte-americano James Foley.

De acordo com Emwazi, o agente dizia coisas como "nós vamos continuar de olho em você, Mohammed".

Os comentários de Emwazi são muito semelhantes às reclamações feitas nos e-mails que o grupo de advogados liberou mais cedo. Asim Qureshi, diretor do Cage, disse que o assédio feito pelos serviços de segurança pode ter forçado uma visão mais extremista de Emwazi.

"Não queremos que nossas agências operem de forma que afaste as pessoas de sentirem o papel que elas têm na sociedade", disse Qureshi.

A atitude do Cage em defender Emwazi e de criticar o serviço de segurança da Grã-Bretanha gerou uma resposta irritada do prefeito de Londres, Boris Johnson.

"Eu penso que o foco da nossa indignação e afronta deveria estar em pessoas que lançam gays a penhascos, que decapitam pessoas que não fazem parte do Islã e que glorificam execuções de jornalistas e pessoas inocentes", disse Johnson.

O Cage tem sido amplamente criticado. Em uma coletiva de imprensa na semana passada, um de seus líderes descreveu Emwazi como uma pessoa extremamente amável e gentil. Fonte: Associated Press.