Tradição e Sabor: Torta Capixaba movimenta venda de palmito e mariscos
Produtores vem do interior do estado e também da Bahia
Faltam poucos dias para a Semana Santa, período em que muitos cristãos se abstêm da carne vermelha. É nessa época que as famílias substituem o alimento por peixes e mariscos. No Espírito Santo é tradição o preparo da Torta Capixaba.
O prato, segundo contam os mais antigos, era servido ao jantar por volta das oito da noite. Com o passar do tempo, a torta passou a ser servida no almoço, acompanhada de arroz branco.
Na região da Grande Vitória já começou uma verdadeira corrida para compra dos ingredientes, especialmente os mariscos e o palmito. As desfiadeiras de siri e de mariscos da Ilha das Caieiras estão cheias de encomendas e os pedidos não param de chegar.
Pedidos a todo vapor
Simone Leal, vice-presidente da Associação de Pescadores da Ilha das Caieiras, conta que há mais de um mês as encomendas não param de chegar. Ela afirma que este ano as expectativas para a venda de mariscos e também de Tortas Capixabas devem superar as de 2018.
A desfiadeira conta que além de fazer o que gosta, trabalhar com o desfio de mariscos é rentável. "É muito bom ter o dinheirinho no bolso. Como eu digo sempre, é nesse período que a gente tira o nosso "13º salário".
Simone desenvolve a atividade do desfio de siri e camarão há mais de 25 anos, ofício que aprendeu com Dona Marocas, que segundo ela foi a primeira desfiadeira da Ilha das Caieiras. "Dona Marocas teve muita paciência para me ensinar. Tudo o que eu aprendi foi com ela".
"A Ilha, acima de tudo, representa meu sustento. É minha fonte de renda, através dela eu me sustento e sustento a minha família", declara.
Ela diz que o ofício do desfio é passado de geração em geração e é fonte de renda para muitas famílias da localidade.
Novas gerações de desfiadeiras
Yasmin Andrade, de 18 anos, é uma das desfiadeiras das novas gerações. Ela é nascida e criada na Ilha e aprendeu o ofício com a mãe, que também "herdou" a atividade da mãe. Atualmente, a atividade é fonte de renda para Yasmin.
A jovem também reconhece o aumento das encomendas. "Nesse período que antecede a Semana Santa recebemos muitos pedidos. O movimento este ano está excelente e a tendência é só aumentar à medida que se aproxima da Páscoa".
Vendedores de Palmito vem do interior do estado e da Bahia
O palmito é um dos principais ingredientes do prato e já esta disponível para a compra em vários pontos da Grande Vitória. É tradição de muitas famílias reunir alguns membros para ir à compra do produto in natura.
A maior parte dos vendedores de palmito vem da região serrana do Espírito Santo e do sul da Bahia. O período é oportunidade para esses produtores comercializarem a produção e terem renda extra.
É o caso do produtor rural Valcir de Oliveira, de São Mateus, no Norte do Espírito Santo, que todos os anos vem com a família a Vitória para vender a produção de palmito. "São 23 anos repetindo essa atividade. Todos os anos a gente tem essa 'penitência'", brinca o produtor.
Os vendedores são cadastrados nas prefeituras e, em todos os municípios onde acontece a venda desse ingrediente que dá um toque especial à torta, a qualidade do produto e as boas práticas de higiene são monitoradas
Serviço
É possível encontrar o palmito in natura em diversos pontos de venda na Grande Vitória, confira:
Vitória
- Sambão do Povo - Avenida Dário Lourenço de Souza, bairro Mário Cypreste.
Vila Velha
- Às margens da Rodovia Darly Santos, nas imediações da sede da Guarda Municipal, bairro Novo México.
Cariacica
-Avenida Expedito Garcia, próximo ao número 1777, bairro Campo Grande.
-CEASA, às margens da BR-262, bairro São Francisco, ao lado do 6ª Batalhão de Bombeiro Militar.
-Rodovia Governador José Sette, bairro Itacibá, próximo ao IFES.
-Rua Henrique Rosetti, bairro Jardim América, próximo a uma agência bancária.