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Dia Nacional do Livro Infantil: veja dicas de 7 obras literárias para as crianças

Data homenageia o escritor Monteiro Lobato, conhecido por suas obras para o público infantil e infanto-juvenil

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Pixbay/ katerinakucherenko

O Dia Nacional do Livro Infantil celebra a literatura brasileira infantil. 18 de abril foi escolhido devido o nascimento do escritor Monteiro Lobato, considerado o pai da literatura infantil brasileira e um dos maiores autores com produção literária endereçada ao público infantil e infanto-juvenil.

"Essa data é importante para lembrar as famílias que tenham consciência da importância de ler desde a infância", disse a jornalista e assessora de comunicação da Muqueca Editorial Infantil, Ivana Esteves.

Ivana é escritora do blog Folhinha Kids e, para ela, o mediador de leitura não precisa ser somente o pai e a mãe da criança. "Minha avó materna morava com a gente e ficava de tarde contando histórias. Minha mãe tinha um ambiente como uma biblioteca, eu adorava ficar lendo e desde sempre, eu aprendi a ler", contou.

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De acordo com Ivana, as imagens em um livro infantil não são apenas uma moldura para o texto. Elas são outra forma de contar uma história, de despertar a leitura, pois o leitor é de texto e imagem.

O escritor e o ilustrador contam a mesma história de formas diferentes, o texto não precisa estar vinculado às ilustrações, pois é a interpretação da história realizada pelo ilustrador. E tudo é importante para as pessoas entenderem o sentido da história.

Mediação de leitura

A escritora Ivana afirma que existe o prazer e a paixão na leitura. Ela aprendeu a utilizar as mediações de leituras e estratégias de leituras de livros infantis do Espírito Santo para mediação de uma história.

Segundo ela, essa mediação melhora os conhecimentos prévios. Por exemplo, o livro "A Casinha lá no Alto", fala sobre o Convento da Penha, já o Pássaro de Fogo fala sobre uma lenda indígena, que remete ao Mestre Álvaro e o Mochuara, morros que as crianças têm acesso.

Por isso, a jornalista fala da importância de se começar com a literatura regional na vida de uma criança. Devido ao vínculo de proximidade, a criança desenvolve conexões, encantamento e o prazer pela leitura.

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Ivana contou ainda sobre uma pesquisa de retratos da leitura no Brasil. Metade dos leitores da faixa etária infantil e infanto-juvenil é estudante. São crianças que estão estudando na escola e que, ao longo da vida, diminuem a leitura.

Ela acredita que o Estado deve trabalhar com a capacitação de professores com a leitura. Segundo ela, os educadores são mediadores e devem ser apreciadores da literatura. "Se eles não forem, não tem como ensinar. Tem que poder despertar nos docentes a paixão e o prazer de ler", disse.

Formação de leitores

De 0 a 6 anos, as crianças têm os neurônios ativados, ou seja, todo o cognitivo está bem ativo e potente. Para Ivana, o Estado poderia investir desde o berço para propiciar a formação de leitores. 

Ela citou ainda a formação de mediadores de comunidades. Devido ao tempo que mulheres de comunidade abrigam crianças para ajudar outras mulheres. A Muqueca Editorial atua através Organizações Não Governamentais (ONGs) em diversos locais para a formação da leitura.

A formação de leitores coloca dentro de casa a literatura, não só nas comunidades, mas em qualquer classe social. "Você forma leitores que vão ler para os pais ou os pais para as crianças", contou Ivana.

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Uso de aparelhos eletrônicos

A escritora acredita ser um perigo dar um celular ou um tablet para uma criança. "Ler dá trabalho, tem o esforço do pai e da mãe para dar atenção. Eu acho um erro oferecer o estímulo de usar o celular para ler. A leitura pede uma interação, a criança vai querer estar lá e perguntar, aguçar a curiosidade", contou.

"Eu já vi uma criança que não sabia virar a página do livro, ela tocava na página como se fosse uma tela. É importante ensinar a materialidade, gostar do livro, pois o livro tem brilhinhos, texturas diferentes. Eu acredito numa composição entre o aplicativo e o jogo que complemente a literatura", relatou Ivana.
"A leitura online afasta a criança do livro. Pode usar o celular para colorir apenas como entretenimento oferecido após o livro ou usar um livro de colorir. O Primeiro contato é com o livro", disse.

O projeto "Colorindo a Cultura Capixaba", realizado pelo Muqueca Editorial em parceria com o programador Daniel Piasse, conta com 3 livros: "Pássaro de Fogo", "A Gatinha Dengosa" e "A Casinha Lá no Alto". Ele tem um aplicativo e um livro físico para colorir, de forma gratuita.

Dicas de livros para crianças

"O Gato Verde", por Ilvan Filho
"O Gato Verde e A Lixeira da Lagoa", por Ilvan Filho
"Pássaro de Fogo", por Ilvan Filho
"Uma Casinha Lá no Alto", por Ilvan Filho
"João, O Botão", por Elizabeth Martins
"O Jardim de Laila", Elizabeth Martins
"A Casa Rosa", por Silvana Pinheiro

A jornalista ainda recomenda as autoras: Ana Maria Machado e Ruth Rocha. Ela contou que nesse mês o escrito Ilvan Filho lançará o livro "Vovô virou um passarinho", uma obra artística e com poucas palavras. Ela fala das perdas do luto para as crianças. 

De acordo com Ivana, muitas vezes a escola não quer falar sobre o luto, mas é importante para as crianças que precisam falar das emoções e muitas escolas se recusam.

"É importante colocar na escola as emoções das crianças, principalmente pós-pandemia. É mais uma atribuição da escola, a literatura serve pra isso, pra ajudar a ler o mundo, refletir sobre as emoções, sobre as histórias de outras pessoas e pensar sobre outras questões. A literatura é crucial desde cedo, quanto mais cedo melhor. Dei aula na universidade durante muito tempo, percebo que cada vez mais as pessoas estão com problemas de interpretação e enunciado de questão, é muito importante estimular a leitura", disse Ivana.

Veja mais sobre literatura no Vitrine Literária

Vitrine Literária é um espaço democrático, cujo objetivo é ser “vitrine” para autores capixabas que não conseguem acesso às grandes livrarias e pontos de comercialização.

O projeto do Folha Vitória busca incentivar e valorizar os escritores capixabas, reunindo em um único espaço diferentes obras que podem ser compradas diretamente com os autores.

*Texto de Ana Paula Brito, estagiária do Folha Vitória com a supervisão de Laís Magesky