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Importância da fotografia no jornalismo atual

O projeto Conexão Folha Vitória visa parcerias com instituições de ensino e disponibiliza espaços para troca de experiências entre acadêmicos e profissionais da área jornalística. Nessa 1ª série de reportagens os alunos de comunicação da Faesa abordam temas que impactam o jornalismo atual.

Reportagem: Nina Wyatt - aluna do 3° período

Com a evolução dos meios de comunicação, o jornalismo online cresceu e ganhou força. Hoje, muitas pessoas usam a internet como principal ferramenta para ficarem informadas e atualizadas sobre o que está acontecendo no mundo. Em muitos casos, a notícia aparece primeiro na internet para só depois ir para TV ou para o impresso. Esse fenômeno tem sido possível graças à infinidade de recursos existentes nos dias de hoje, como smartphones integrados com câmeras fotográficas, tecnologia 3/4G e mídias sociais.

Todas estas novas tecnologias influenciam diretamente no jornalismo, o tornando mais factual e mais instantâneo. As pessoas não precisam mais esperar o dia seguinte para ler e saber mais sobre, por exemplo, um acontecimento relevante do seu dia a dia. Elas conseguem saber no exato momento do ocorrido. E mais que isso: conseguem acompanhar os fatos através de fotos e vídeos quase em tempo real.

Interação e colaboração

Essa rapidez com que os fatos são noticiados tem sido possível também por causa da intensa colaboração do público. O advento dos smartphones permitiu que diferentes pessoas consigam postar imagens ou vídeos em suas redes sociais. Não é raro que, em busca de histórias e furos jornalísticos, portais on-line de notícia publiquem imagens enviadas por internautas ou encontradas na internet.

O repórter Iures Wagmaker, do Folha Vitória, cita o grupo do Facebook “Utilidade Capixaba” como um grande auxiliar na produção de pautas. “Muitas pessoas postam acontecimentos inusitados e há uma grande repercussão e engajamento dos usuários do Facebook. Com isso, o jornalista busca apurar aquela informação e, até mesmo, encontrar novas repercussões sobre aquele assunto”, conta o jornalista.​ Eventos como enchentes e alagamento são geralmente noticiados inicialmente por fotos enviadas por leitores que vivem ou estão nas regiões afetadas. 

Confira a galeria de fotos de enchentes enviadas por leitores

Hoje, muitos fatos jornalísticos, principalmente os traumáticos e inesperados, são documentados por câmeras não-profissionais. Além da questão da instantaneidade, a professora de fotojornalismo Zanete Dadalto vê na popularização do ato fotográfico um outro ponto positivo. “Isso faz com que o público tenha acesso a diferentes pontos de vista do mesmo acontecimento, democratizando, se podemos dizer assim, a informação jornalística”, aponta a professora.

Visões diferentes e complementares

A principal diferença do jornalismo on-line em relação ao jornalismo impresso é agilidade das informações e a factualidade. Na internet, os jornalistas buscam publicar as notícias o mais rápido possível. Essa rapidez com que a informação é passada, no entanto, não exclui o valor do impresso, onde existe um maior aprofundamento do caso. “As matérias de um jornal impresso sobre um determinado acontecimento são mais trabalhadas, com várias repercussões e discussões mais completas sobre o assunto”, informa Wagmaker.

Com a fotografia não é diferente. Enquanto a colaboração do público é, na maioria das vezes, com material de flagrante e imediato, o trabalho profissional é voltado para a cobertura total do caso, incluído detalhes e desdobramentos do incidente em questão. O fotojornalista trabalha na produção de um material mais bem elaborado, com qualidade informativa e técnica superior.

Podemos usar como exemplo, o acidente ocorrido em junho do ano passado, em Guarapari. Na ocasião, uma carreta carregando uma pedra de granito colidiu com um ônibus na BR-101 e com outros veículos, causando a morte de 23 pessoas. As primeiras imagens e informações foram encaminhadas pelos leitores logo após a colisão. Fotojornalistas, cinegrafistas e repórteres foram enviados posteriormente ao local, para registrar como ficou a situação dos veículos após o acidente e fazer a cobertura da tragédia. 

Para o fotojornalista Everton Nunes tanto a fotografia profissional quanto a amadora tem o seu respectivo valor e são complementares. O fotógrafo, que atuou na cobertura das manifestações e protestos políticos que ocorreram em Vitória em 2013, não descarta a importância da interação do público e acrescenta que ela é fundamental para o seu trabalho. “Penso que a diferença é comparável entre um rascunho e uma obra final, entre um fast-food e uma prato gourmet”, completa Nunes.

Como já dito anteriormente, muito do jornalismo que consumimos hoje tem início da interatividade entre o leitor com o veículo. Essa troca é benéfica para ambos os agentes: por um lado, as redações são alimentadas por informações vindas de pessoas que têm proximidade com o fato; de outro, o leitor torna-se parte da notícia e, assim, ele consegue uma ter uma maior identificação com os fatos noticiados e com o próprio jornalismo.