Prontuário médico de pastor não relata queimaduras durante incêndio em Linhares
As informações contidas na ficha de atendimento constam abalo emocional.
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Um prontuário médico do pastor George Alves, realizado por um hospital de Linhares (HGL) horas depois do incêndio que teria provocado a morte dos irmãos Joaquim Alves Sales, de 3 anos, e Kauã Sales Burkovsky, de 6 anos, não relata nenhuma tipo de queimadura. O documento foi divulgado pelo jornal online Norte Notícias e confirmado pela Prefeitura de Linhares ao jornal online Folha Vitória na manhã desta segunda-feira (07).
Depois do incêndio, o pai de Joaquim e padrasto de Kauã teria procurado atendimento no hospital por volta das 6 horas. As informações contidas na ficha de atendimento constam abalo emocional, mas não queimaduras.
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No dia 23 de abril, George afirmou, durante entrevista à TV Vitória, que havia sofrido queimaduras na tentativa de salvar as crianças do incêndio. "Umas 2h eu escutei os gritos deles, vi fogo e corri desesperado. Na casa já não tinha energia, empurrei a porta e escutei os choros, mas não consegui pegar. Eles se abraçaram. Eu queimei meus pés, minhas mãos, mas não consegui tirar. Me tiraram da casa", relatou na ocasião.
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Na ficha está escrito que, no hospital, o pastor relatou o que tinha acontecido, que estava em choque e que tinha inalado fumaça. A ficha revela que não foram feitos exames e o pastor foi liberado. Já os exames feitos na investigação policial apontaram uma pequena bolha em um dos pés.
Por meio de nota, o Hospital Geral de Linhares esclareceu que conforme o artigo 1º da resolução n.º 1.638/2002, do Conselho Federal de Medicina, o prontuário médico é definido como o documento único constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico.
Ressaltou ainda que atendendo a uma determinação judicial forneceu a cópia do Boletim de Atendimento de Urgência (BAU) para ser anexado ao inquérito policial que apura o caso. Pontuou que apenas as autoridades policiais e os advogados que atuam no caso poderiam ter tido acesso ao conteúdo do documento.
Destacou ainda que uma sindicância interna será aberta para apurar o suposto vazamento do BAU e caso fique comprovado o envolvimento de qualquer profissional do HGL, a direção irá tomar as medidas administrativas necessárias em torno do caso, que podem resultar em pena de demissão e remessa de cópia do processo administrativo ao Ministério Publico do ES para apurações criminais.
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