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América do Sul como novo epicentro da pandemia não surpreende médicos brasileiros

Mario Rubens Vianna, presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Amazonas, diz que não aguenta mais pedir ajuda para o governo federal para minimizar a crise

Estadão Conteúdo

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução / Agencia do Radio

Após a América do Sul ser apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como novo epicentro da covid-19 e o Brasil responder por 57,2% dos 578.329 infectados na região e por 71,8% dos 28.318 mortos, a informação não surpreendeu médicos brasileiros ouvidos pelo Estadão.

Para Nacime Salomão Mansur, superintendente da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), entidade responsável pela administração de parte dos leitos do Hospital de Campanha do Anhembi, na capital paulista, o número de casos e de mortes assusta, mas era esperado. "O que estamos vivendo agora acontece pelas grandes densidades populacionais, por grande parte da população se manter sem o isolamento social e pela nossa péssima distribuição de renda", comentou.

Segundo ele, a crise demorou a avançar até por algumas decisões governamentais. "Falando especificamente sobre São Paulo (epicentro brasileiro da doença), o Estado de certa maneira cumpriu com o papel na tentativa de achatar a curva a tempo de aumentar o número de leitos hospitalares", acrescentou. O total de pessoas mortas por covid-19 em São Paulo cresceu 3,8% em 24 horas, chegando a um total de 5.773 óbitos.

Mario Rubens Vianna, presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Amazonas, diz que não aguenta mais pedir ajuda para o governo federal para minimizar a crise. "Já disse inúmeras vezes que o Brasil deveria ter alguma preocupação especial com o Amazonas pela extensão territorial e pelo acesso difícil a muitas cidades."

O principal problema no momento, segundo ele, está na dificuldade em atender à população das cidades do interior. "Em muitos municípios afastados não há saúde pública de nível mínimo, falta qualificação dos profissionais, é uma tragédia. A consequência disso é a superlotação dos hospitais da capital. A população dessas cidades menores migra em busca de atendimento."

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