Perigo no ar: Vitória ocupa segundo lugar em registros de lasers contra aeronaves
Com 66 ocorrências, o Aeroporto de Vitória só perde para o Estado de São Paulo no número de registros de lasers contra aeronaves, com 75 registros. Em terceiro lugar aparece Minas Gerais
O número de registros de casos de lasers utilizados no espaço aéreo capixaba surpreende quando comparado a outras áreas do Brasil. Somente de janeiro a junho deste ano foram registrados 66 casos de lasers que alcançaram aeronaves, no Espírito Santo. As informações são do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Com 66 ocorrências, o Aeroporto de Vitória só perde para o Estado de São Paulo, com 75 registros. Em terceiro lugar aparece Minas Gerais, com 44 registros. Já na quarta colocação está o Rio de Janeiro com 27 casos, em 2015.
“O laser pode ocasionar um dano à visão do piloto com queimaduras e hemorragias na retina, além de distração e uma cegueira momentânea, que impossibilita conduzir a aeronave em segurança, culminando até mesmo com a perda de controle em voo,” explica o tenente coronel aviador do Cenipa, Márcio Vieira de Mattos.
Mattos explica, também, que a luz do laser pode atrapalhar no pouso e na decolagem e pede conscientização. “Alertamos os pais para que orientem seus filhos, pois muitos jovens não sabem das consequências desse comportamento e desconhecem o risco para a aviação. A luz verde é forte o suficiente para afetar a segurança de voo, porque dificulta a leitura dos instrumentos no painel e a visão do ambiente externo para conduzir a aeronave no momento do pouso ou da decolagem”, completa.
A ação de apontar uma caneta de raio laser verde para um avião pode ser enquadrada como crime de atentado contra a segurança do transporte aéreo, previsto no artigo 261 do Código Penal Brasileiro. A lei prevê de dois a cinco anos de prisão, porém, caso haja um acidente com mortes, o responsável pode ser condenado a até 12 anos. A caneta de laser verde, que tem um alcance de cerca de 300 metros, é vendida abertamente no comércio.
A pesquisa, porém, não faz parte de um levantamento oficial do órgão. De acordo com o Cenipa, as denúncias de casos envolvendo lasers são voluntárias, ou seja, feitas por cidadãos através do site do órgão. O levantamento mostra, portanto, os Estados em que são mais denunciados os casos de lasers em aeronaves.