Jovens bolsistas atuam como agentes de transformação em bairros violentos do ES
Os bolsistas já conseguiram cadastrar mais de 4 mil jovens moradores de comunidades violentas em ações que geram oportunidades
Nos últimos cinco anos, 26 bairros de nove municípios foram identificados como os locais que concentram maior vulnerabilidade social no Espírito Santo. São áreas onde impera a criminalidade e faltam oportunidades, principalmente para jovens com idades entre 10 e 24 anos, que têm poucas condições de inclusão social à disposição.
Atualmente, aproximadamente 40% das vítimas de homicídios no Estado são de jovens. Esse percentual passa de 50% nos bairros mais atingidos historicamente com a violência. Entretanto, ações de um programa social têm mudado essa cenário. Trata-se do Ocupação Social, que promove uma rede de oportunidades de educação, de empreendedorismo e de renda para jovens expostos à violência.
Para que as oportunidades do programa cheguem aos jovens que necessitam, existe o trabalho dos chamados bolsistas. São pessoas com 18 anos ou mais, de idade, e nível médio completo, que atuam nas comunidades atendidas pelo Ocupação Social. Eles são responsáveis por realizar atividades culturais e artísticas, com técnicas de engajamento dos jovens.
A atuação dos bolsistas selecionados também serve como material de análise para pesquisa aplicada no monitoramento e avaliação de ações desenvolvidas dentro do programa, com o uso de técnicas de engajamento de jovens nos bairros contemplados pelo Ocupação Social, resultando na melhoria da gestão e das políticas públicas.
É esse o trabalho de Natália Policarpo, de 27 anos, no bairro Nova Rosa da Penha, em Cariacica desde 2017. Segundo ela, foi o primeiro trabalho depois da formação universitária, em 2016. Gratidão resume o sentimento da jovem, principalmente por ser agente de transformação no bairro onde nasceu e cresceu.
"A abordagem acontece para que a gente consiga engajar o jovem em alguma ação que acontece do programa Ocupação Social. Nós realizamos todo um acompanhamento para ver os benefícios que aquele curso trouxe para a vida daquele jovem", revela Natália.
Os jovens abordados pelos pesquisadores respondem a uma série de perguntas. Esclarecem recebem algum auxílio do Governo, se estudam, ou se desejam fazer algum tipo de curso. Toda essa indagação é para entender o que se passa na cabeça de cada uma das pessoas que compõem o público-alvo do programa.
Desde que o trabalho começou, os bolsistas já conseguiram cadastrar mais de 4 mil jovens moradores das comunidades com vulnerabilidade social. Contudo, o número de jovens atendidos nas ações do Ocupação Social nos 26 bairros, de 2015 até o momento, já passa de 11 mil. Atualmente, são ao todo 58 bolsistas atuantes no programa.
Veja o vídeo abaixo: