Mulher fica sem vacina na Serra após profissionais de unidade de saúde não entenderem letra de laudo
Segundo o marido, ela seria imunizada por se enquadrar no grupo de pessoas com comorbidades, já que tem problema cardíaco
Um engenheiro de 38 anos viveu uma situação inesperada, no final da manhã desta terça-feira (22), ao levar a esposa, de 36, para ser vacinada contra a covid-19 na unidade de saúde de Serra Dourada, na Serra.
A mulher seria imunizada por se enquadrar no grupo de pessoas com comorbidades. Porém, ela não recebeu a vacina porque os funcionários da unidade de saúde não entenderam a letra do médico que assinou o laudo que comprova sua doença.
O engenheiro, que preferiu não informar seu nome, nem de sua esposa, disse que a mulher possui uma deficiência na válvula do coração e, por isso, o médico que a acompanha orientou que ela fosse vacinada o quanto antes, devido ao risco que ela corre caso seja infectada pelo coronavírus.
O médico, então, emitiu um laudo relatando o problema da paciente, para que ela fosse vacinada contra a covid-19 no grupo de pessoas com comorbidades — cuja vacinação começou no início de maio. O laudo precisa ser apresentado no momento da imunização, para que a pessoa que esteja incluída nesse grupo possa receber a dose.
No entanto, o laudo apresentado pela mulher foi rejeitado pelos profissionais da unidade de saúde de Serra Dourada.
"O que eles alegaram que o que está escrito está ilegível no começo. Mas isso não é orientado, porque quando você pega uma receita, você vai na farmácia e, mesmo que a letra do médico seja ruim, você espera que o farmacêutico identifique. Normalmente é isso que acontece. E a gente chegou lá esperando que as pessoas identificassem", relatou o engenheiro.
Sem conseguir que a esposa fosse imunizada, o engenheiro disse que vai tentar um retorno ao médico que emitiu o laudo, para que ele faça um novo documento, que seja compreensível pelos demais profissionais de saúde.
"Vou pedir para que ele dê um laudo digitado. O problema é que ele atende em Vitória e não é tão fácil conseguir uma nova consulta. Amanhã (quarta-feira) eu sei que ele vai estar no consultório, então vou tentar agendar um novo horário".
Mesmo que não consiga um novo laudo, o engenheiro acredita que não vai demorar para que a esposa consiga se imunizar contra a covid-19. "Ela tem 36 anos e acredito que, em breve, será aberto agendamento para a idade dela", frisou.
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"Ninguém está querendo furar fila. Inclusive a gente só descobriu que ela tinha que tomar essa vacina o quanto antes porque ela fez o retorno no médico agora. A gente estava isolado até então e não tinha feito o retorno ainda", contou.
O que diz a prefeitura
Por meio de nota, a Prefeitura da Serra informou que os profissionais que atendem nas salas de vacinação são orientados a observar todos os critérios elegíveis para vacinação e que, caso tenham alguma dúvida, sempre tem o enfermeiro responsável para orientações.
Ainda segundo a prefeitura, caso ainda aconteça uma situação de laudo com letra ilegível e, mesmo após análise do laudo pelo enfermeiro, não se consegue entender, a orientação é que o usuário vá até o profissional que emitiu o laudo para que o mesmo possa emitir um que seja compreendido.
A prefeitura lembra que, conforme código de ética médica, em seu artigo 11, os laudos têm que ser emitidos de forma legível.
Além disso, a Prefeitura da Serra destaca que o profissional que vacinar um usuário sem obedecer os critérios definidos pelo Ministério da Saúde pode responder criminalmente.
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