Capixabas vencem festival de robótica estadual e nacional e vão representar o Brasil no mundial na Inglaterra
A escuderia "Pocadores Racing Tem" vai embarcar para o torneio mundial no próximo mês para representar o país. O projeto é realizado pelo Sesi e pela Fórmula 1
A equipe capixaba "Pocadores Racing Team", do Sesi de Jardim da Penha, em Vitória, conquistou uma vaga para o torneio mundial que vai acontecer em julho, em Silverstone, na Inglaterra. A vaga foi garantida após o grupo conquistar o 2° lugar do torneio nacional F1 in Schools, em 2020, e o 3° lugar em 2021.
Ao Folha Vitória, Bruno Silveira de Castro, que é professor de robótica e técnico da equipe vencedora, contou um pouco sobre o trabalho dos alunos para conquistar o título.
"Essas classificações já nos deram vagas para os mundiais. No ano passado, por causa da pandemia a gente disputou o torneio mundial de 2020 online também", disse o técnico.
Neste ano, a equipe conquistou o 1° lugar do mesmo campeonato nacional, F1 in Schools, um projeto realizado pelo SESI e pela Fórmula 1.
O líder dos "Pocadores Racing Team", Pietro Pazini Passos de Oliveira, de 17 anos, disse que este foi seu último ano competindo o torneio nacional com a equipe.
"Foi a minha última competição nacional. A sensação foi que eu fechei com chave de ouro. Ficamos em 1° lugar e não poderia ter sido melhor", disse Pietro, que também é o designer gráfico e piloto.
Segundo ele, mesmo se a escuderia não tivesse conquistado a primeira colocação, estaria muito feliz. Pietro acredita que o trabalho apresentado foi muito bom. "Estava muito satisfeito com o empenho da equipe, com todo apoio que a gente recebeu durante a temporada", ressaltou.
A preparação do time para a edição do torneio nacional de 2022 começou em agosto do ano passado. Segundo o técnico, a rotina de preparação envolve etapas, uma vez que em abril os estudantes participaram da etapa estadual.
O time ganhou três anos consecutivos o torneio estadual. Neste ano aconteceu a 3ª edição, ou seja, os "Pocadores Racing Team" são tricampeões do Estado do Espírito Santo.
O nome do grupo surgiu desde a 1ª geração dos estudantes, quando eles começaram a competir. A ideia era representar o Estado com uma palavra tipicamente capixaba: "Pocar". O objetivo foi refletir o entusiasmo da equipe e isso reflete a personalidade da escuderia.
Pietro está no projeto desde 2019 e contou que participar do projeto o ensinou muito sobre gestão, lidar com pessoas, projetos e tarefas. Segundo ele, a equipe também o ajudou a crescer profissionalmente e no meio pessoal.
O técnico Bruno ressaltou ao Folha Vitória a dedicação dos estudantes com todo o projeto, que envolve não apenas montar o carro, mas fazer o gerenciamento e planejamento de uma empresa.
"Os meninos trabalham demais, eles são os protagonistas do torneio. Tem que ter muita responsabilidade e dedicação e eles aprendem coisas que para a idade deles é muito acima do nível", disse.
Rumo ao mundial
A jornada dos capixabas é longa. O próximo torneio será o mundial e a equipe embarca para a Inglaterra no próximo mês. Com isso, a preparação continua com melhorias do projeto apresentado em torneios anteriores.
"No estadual a gente apresentou várias coisas, a gente recebe as fichas de avaliação com os comentários e notas. Vemos o que está faltando, melhoramos e j´a chegamos no nacional mais fortes. Agora, para o mundial, estamos aguardando chegar as fichas para ver o que pode ser melhorado. É um ciclo que vai melhorando, então, o carro que teve ano passado já passou por mudanças e por estudos. Com isso, vai se aperfeiçoando", explicou o técnico.
Segundo o professor, a equipe já está preparando o carro para a nova etapa, já que alguns itens os participantes precisam enviar com antecedência. "Os carros vão primeiro para serem avaliados. Tem uma série de regras para tudo, especialmente, para os carros", complementou.
Com toda a preparação e determinação dos estudantes, o torneio internacional será uma experiência inesquecível para todos. Principalmente para Pietro, que vai fazer sua primeira viagem internacional com uma grande responsabilidade: representar o Brasil e o Espírito Santo na Europa.
"Estamos indo com muita garra e entusiasmo, com um trabalho no nível excelente. A gente está muito feliz e satisfeito com o nosso trabalho. Vamos competir com muita garra na world finals", disse.
"Agora é rumo ao mundial que vai ser, de fato, a minha última competição no projeto e estarei deixando a escuderia, mas eu deixei o meu legado. Criei um trabalho bom e a equipe também mudou completamente a minha vida", contou o piloto da escuderia.
O que é a F1 in Schools?
O programa F1 in Schools desafia estudantes de 9 a 19 anos matriculados em escolas SESI a criarem empresas para competir em uma pista de corrida em miniatura.
O campeonato, que faz parte de um projeto internacional realizado pela própria Fórmula 1, reproduz desafios profissionais envolvidos em uma corrida de carros do início ao fim, desde a criação da escuderia até o enfrentamento nas pistas.
Não é só a velocidade que conta, é necessário utilizar diversos recursos tecnológicos para projetar, modelar e testar um protótipo de um carro de F1.
Nessa preparação para o mundo profissional, os jovens competidores precisam pensar em marketing, patrocínio, plano de negócios e estratégias em mídias sociais. Além disso, as equipes desenvolvem um projeto social, que pode ser usado como critério de desempate no resultado final.
*Texto da estagiária Gabriela Vasconcellos com supervisão do editor executivo Ramon Ribeiro