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“Vício em celular pode levar à agressão”, diz especialista

Na última terça-feira (25), uma adolescente de 14 anos foi detida em Muqui, após agredir os pais. A motivação teria sido o uso excessivo do celular

Maria Clara Leitão

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução redes sociais

O ato de rolar o feed, conferir as notificações e curtidas das redes sociais já se tornou um hábito cotidiano para os usuários que têm o celular na palma da mão. Entretanto, assim como o cigarro ou bebida, pode se tornar um vício. 

E como todos os vícios, a ação pode levar à dependência e em alguns casos acabar em agressão física. Na noite de terça-feira (25), uma adolescente de 14 anos foi detida após agredir os pais em Muqui, na região Sul do Espírito Santo. 

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Os pais da adolescente disseram para a Polícia Militar que o motivo das agressões seria o uso excessivo do celular em horário inapropriado. 

Em entrevista ao Folha Vitória, a psicoterapeuta Zenaide Monteiro explicou que todo vício, dependendo do estágio em que estiver, pode gerar agressão, inclusive o vício no celular. “Isso porque vai gerar qualquer coisa contra alguém que tentar impedi-lo”. 

Além disso, tudo em excesso é um sinal de compulsão. Entre alguns exemplos estão: gastar ou comer de maneira exagerada. “São sinais que está acontecendo um distúrbio”. 

A especialista afirma que por conta do vício, o indivíduo, que é considerado viciado, realiza qualquer tarefa para satisfazer o desejo. 

"Um claro exemplo são os comportamentos de pessoas viciadas em drogas que vão pegar dinheiro dos pais, roubar as coisas dentro de casa, porque têm a fissura de alimentar aquilo", disse Zenaide. 

Telas são viciantes 

O vício é geralmente lembrado ao uso de substâncias que provocam a dependência ou a repetição. A sensação de prazer, gerada pela droga, faz a pessoa apenas se interessar pelo produto. 

"As telas são viciantes, provocam o mesmo distúrbio que as outras substâncias. A pessoa não tem mais o mundo real, vai se desconectando e se conectando ao 'outro mundo virtual'", ressaltou. 

Além disso, a especialista explica que no aparelho celular, as crianças possuem um amplo mundo de possibilidades de distração. Entre eles estão a luz, fala e imagens. “A imaginação delas fica completamente em ebulição”.

Alerta para telas de maneira precoce

Segundo Zenaide, por conta dos efeitos e da adrenalina alta é alertado para os pais e responsáveis não disponibilizarem o acesso às telas de maneira precoce. A especialista também descreve que “o máximo que os responsáveis conseguirem segurar a tela, melhor”. 

"Quanto mais coisa natural, natureza, melhor. Além disso, quando começar a usar deve ser proporcional igual às demais situações ensinadas para a criança. Por exemplo: quando vamos realizar a alimentação, vamos aos poucos, assim como as telas", destacou Zenaide.  

A especialista também disse que, atualmente, não é possível dizer que a criança não terá telas, pois o mundo é amplamente conectado. Mas os mais jovens devem aprender “um pouco de cada vez”. 

"Quando começar deve ser com muita supervisão dos pais: observando o que as crianças estão assistindo, se é adequado para a idade e quantidade de tempo. Sempre intercalando com atividades mais lúdicas", disse. 

Relembre o caso 

Uma adolescente, de 14 anos foi detida pela Polícia Militar após agredir os pais no bairro São Pedro, em Muqui, na região Sul do Espírito Santo, na noite de terça-feira (25). 

Quando os policiais chegaram ao local, mãe e filha estavam discutindo. Os pais da adolescente disseram que o motivo das agressões seria o uso excessivo do celular em horário inapropriado.

Além disso, a adolescente queria ir para a casa de uma tia, mas não foi autorizada, causando revolta na garota.

A Polícia Civil informou que a adolescente de 14 anos, levada à Delegacia Regional de Cachoeiro de Itapemirim, foi ouvida e liberada, já que a autoridade policial não identificou elementos suficientes para realizar a apreensão em flagrante. 

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