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Famílias que perderam casas recomeçam em novos imóveis e ganham eletrodomésticos

Conheça a história de Claudete, que perdeu sua residência durante uma enchente, e de Zilda, que teve seu imóvel condenado pela Defesa Civil

Carol Poleze

Redação Folha Vitória
Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

O direito à moradia está na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Constituição Federal. É aquele direito que extrapola as fronteiras, é atemporal e imutável. Todos devem ter um lugar digno para morar. 

Mas imagine perder o local onde mora, que foi construído com muito custo, por conta de uma enchente ou porque a residência está em um ponto de risco. Para onde ir?

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Abrigos e aluguel social são algumas alternativas. No entanto, recomeçar é difícil e muitos não têm como correr atrás de tudo que uma casa precisa, desde as obras até a compra dos eletrodomésticos.

Foi o caso da Claudete dos Santos, que tem uma casa cheia de filhos e netos. No total são 10 pessoas convivendo juntas. Moradora do bairro Bonfim, em Vitória, há pelo menos 50 anos, teve a residência atingida por um barranco que deslizou. 

O local, então, foi interditado pela Defesa Civil. Por 15 anos, Claudete viveu em abrigos e dependeu de aluguel social.

Em 2023, ela foi contemplada com uma casa nova no programa Casa Feliz e Segura, da Prefeitura de Vitória. Então, as coisas começaram a melhorar.

Foto: Reprodução TV Vitória
Claudete com os filhos e netos
"No local onde eu tinha a casa, não dava para construir mais. Então, a gente iria morar em um apartamento no bairro Consolação, mas era muito pequeno para mim e minha família. Eu cuido de muita criança. Foi quando conseguimos a casa", contou.

Além do imóvel, Claudete ganhou novos eletrodomésticos: televisão, geladeira e fogão, previsto pelo programa.

Dona Zilda Rolin também comemora a nova fase que vive com a família, ela ganhou novos eletrodomésticos. Moradora de Conquista, também na Capital, Zilda teve a casa condenada pela Defesa Civil porque o imóvel estava em um local de risco.

Foto: arquivo pessoal
Zilda recebendo a geladeira com as netas
"Eu entrei no programa porque minha casa estava condenada pela Defesa Civil. Então, um rapaz da prefeitura entrou em contato comigo informando que ganhei os eletrodomésticos. Eu já tinha recebido a casa, estava recomeçando, quando recebi essa notícia de que ganharia uma geladeira, uma televisão e um fogão", comemorou.  

Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que quase 4 mil famílias vivem em imóveis com problemas. O programa, que ajudou tanto a Claudete, quanto a Zilda, deve atender, ao todo, 2.127 famílias que vivem em condições precárias, de acordo com a Prefeitura de Vitória.

A secretária de Cidadania de Vitória, Flávia Alves, explica que quem for beneficiado com a casa também pode ganhar os eletrodomésticos. 

"Cada família recebe um kit com três eletrodomésticos. Estamos falando de pessoas que estão, na maioria, com as casas destruídas, com problemas na estrutura, por exemplo. O programa dá suporte a essas famílias, com valor de investimento sendo mais de R$ 5 milhões", disse. 
Foto: Arte/Folha Vitória
Televisões e geladeiras embaladas para entrega

Até o momento, já foram entregues 169 residências e 45 kits de eletrodomésticos pelo programa, que engloba outras áreas, como obras de contenção de encostas, saneamento básico e melhorias de acessibilidade, como rampas e escadarias.

Além disso, o programa promove a regularização fundiária de interesse social, visando garantir a segurança jurídica das propriedades urbanas.

Foto: Arte/Folha Vitória

Aos moradores de Vitória que têm interesse de se inscrever no programa, precisam ficar atentos aos critérios:

> Residir em Vitória por pelo menos um ano;
> Ter renda familiar de até três salários mínimos ou meio salário mínimo por pessoa;
> Ser proprietário do imóvel, com titularidade fiscal em seu nome, não sendo alugado ou cedido;
> Não possuir outro imóvel ou qualquer tipo de financiamento habitacional;
> Ter mais de 18 anos ou ser emancipado;
> Possuir carteira de identidade e CPF;
> Residir em área própria para moradia, sem estar em zona de risco ou de preservação ambiental.

Mais informações podem ser consultadas pelo site da Secretaria de Desenvolvimento da Cidade e Habitação.

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