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Governança é o mais complexo do ESG, aponta estudo do CRA-SP

Recente levantamento ainda mostrou que apenas 9,3% dos profissionais de Administração acreditam que as empresas estão genuinamente interessadas em desenvolver ações ESG em seus negócios

Foto: Divulgação/DINO

Nas últimas duas décadas, o conceito ESG (abreviação em inglês de Environment, Social, Governance), que faz referências às ações e iniciativas desenvolvidas pelas organizações nas áreas ambiental, social e de governança, vem impactando os negócios e os diversos setores da sociedade. 

Para uma organização ser de fato considerada ESG, ela precisa basear suas práticas nos três pilares, mas, ao longo destes anos, o debate a respeito do conceito tem focado muito mais os aspectos ambientais e sociais, do que a importância da governança, o G da sigla. Para 40,5% dos profissionais de Administração, inclusive, este é o pilar mais complexo de ser trabalhado pelas organizações, conforme mostra recente levantamento promovido pelo Conselho Regional de Administração de São Paulo - CRA-SP. 

O estudo, realizado com 311 registrados, entre administradores e tecnólogos em gestão, também revelou que apenas 9,3% dos profissionais acreditam que há um interesse genuíno das empresas em apoiar e estruturar ações voltadas à agenda ESG. Outros 36% afirmaram que a maioria das organizações está pensando mais em marketing e menos em ações concretas e 32,8% disseram que as empresas, na verdade, não sabem exatamente o que deve ser feito. 

Os resultados segmentados do estudo quanto a essa questão mostraram, ainda, que os profissionais com idade entre 46 e 55 anos (41,2% deles) e os que atuam em cargos de liderança (42,7% deles) são os que mais acreditam que as empresas agem guiadas pelo marketing quando o assunto é o ESG, muitas vezes praticando o conhecido greenwashing (do inglês, "lavagem verde"), que consiste na falsa promoção de discursos, anúncios e campanhas com características ecologicamente ou ambientalmente responsáveis e inclusivas, mas que, na prática, não são realizadas pela organização. 

Atuação dos profissionais de administração e dedicação das empresas

O estudo do CRA-SP também questionou se os profissionais de Administração têm lidado com alguma questão envolvendo o ESG em suas rotinas de trabalho e a maioria (41,5%) respondeu que sim. 

Ao segmentar esse tópico por idade, o estudo constatou que os profissionais que mais utilizam a agenda ESG no dia a dia têm entre 46 e 55 anos (56,5% deles); por outro lado, aqueles que estão na faixa entre 36 e 45 anos foram os que mais disseram não ter contato nenhum com o conceito em suas rotinas (53,1% deles). 

Na comparação por posição no mercado de trabalho, 52,5% dos profissionais que atuam em cargos operacionais disseram que a agenda ESG não se aplica ao seu trabalho. Já aqueles que atuam como PJ foram os que mais mencionaram essa prática em suas rotinas diárias (66,7% deles), seguidos dos donos do próprio negócio (58,2% deles) e dos empregados com algum cargo de liderança (54,9% deles). 

O levantamento do CRA-SP ainda perguntou aos profissionais se há algum projeto ou comitê voltado especificamente para a agenda ESG nas empresas onde trabalham. Entre os respondentes, apenas 26,7% afirmaram que sim e a maioria (46%) disse que não. 

O estudo “Os profissionais de Administração e a agenda ESG” faz parte de um projeto institucional do CRA-SP que visa entender melhor a percepção desse público sobre temas em evidência no mercado de trabalho. O resultado deste e de outros levantamentos estão disponíveis na íntegra no site do Conselho.

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