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Sharenting: os riscos de expor fotos e vídeos de crianças na internet

Especialistas alertam para os perigos e impactos do sharenting na saúde mental e segurança das crianças. Conheça as recomendações.

Estadão Conteúdo

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O hábito de postar fotos e vídeos dos filhos nas redes sociais, conhecido como “sharenting” (uma junção das palavras inglesas “sharing” e “parenting”), tem sido alvo de críticas por educadores, defensores dos direitos das crianças e pela Justiça. Em vários países, leis estão sendo criadas para proteger os jovens cujas imagens foram exploradas financeiramente por seus pais.

Especialistas alertam que a exposição de crianças nas redes sociais pode causar sérios danos à saúde mental e ao desenvolvimento, além de aumentar o risco de envolvimento em violência e pedofilia.

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“Pais e mães têm o direito de compartilhar a vida dos filhos, mas precisam lembrar que as crianças têm direito à privacidade e à intimidade,” afirma Maria Mello, coordenadora do Instituto Alana.

Consequências do Sharenting

Entre os possíveis impactos negativos estão:

- Bullying e Cyberbullying: Crianças podem ser alvo de bullying quando atingirem a adolescência.
- Problemas de Saúde Mental: Exposição excessiva pode levar a ansiedade, depressão e distúrbios de imagem.

- Falta de Compreensão de Privacidade: Crianças podem ter dificuldade em entender o que deve ser privado.

Preocupações com a Segurança

Casos graves envolvem a manipulação de imagens de crianças com inteligência artificial, usadas por redes de pedofilia. Especialistas destacam a necessidade de refletir sobre a exposição infantil online.

“Famílias precisam proteger as crianças na internet da mesma forma que as protegem na vida real,” alerta Thaís Bozza, pesquisadora do Gepem.

Regras para proteção das crianças

Pesquisadores e organizações como o Instituto Alana sugerem várias medidas para reduzir os riscos do sharenting:

- Não criar perfis para crianças: Menores de 13 anos não devem ter contas em redes sociais.

- Limitar o acesso ao perfil: Restringir a visualização de fotos apenas para amigos e familiares próximos.

- Usar stories temporários: Postar fotos nos stories que desaparecem em 24 horas.

- Evitar fotos vexatórias: Não compartilhar fotos ou vídeos de crianças em situações embaraçosas.

- Não postar fotos íntimas: Evitar fotos de crianças em roupas de banho ou sem roupa.

- Dificultar a identificação: Preferir fotos em que as crianças não estão claramente visíveis.

Ação das plataformas e leis

A responsabilidade pela proteção das crianças também recai sobre as plataformas digitais e o Estado. Leis nos EUA, como em Illinois e Minnesota, exigem que pais compensem financeiramente os filhos por lucros obtidos com suas imagens e garantam o “direito ao esquecimento”.

No Brasil, o ECA protege a imagem da criança, e novas resoluções do Conanda exigem que empresas previnam a exposição excessiva ou vexatória de crianças. O Projeto de Lei 2628/2022 aguarda votação no Senado para reforçar essas proteções.

*Com informações do Estadão Conteúdo.

Este conteúdo foi produzido com o auxílio de ferramenta de Inteligência Artificial e revisado por editor do jornal.
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