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Quase 500 atropelamentos registrados só este ano na Grande Vitória

O número de mortes aumentou: foram registradas 15 mortes nesse ano, cinco a mais que o ano passado. A parte mais frágil é sempre quem está a pé

Acidente com atropelamento em Campo Grande. Foto: Leitor | WhatsApp Folha Vitória

Na rua, carros, motos, bicicletas e pedestres compartilhando o mesmo espaço. Neste cenário, a parte mais frágil é sempre quem está a pé. De janeiro a julho deste ano 498 pessoas foram atropeladas na Grande Vitória e 15 morreram.

De acordo com o capitão Volpato do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, os números são resultado de uma equação desastrosa: falta de atenção + desrespeito às leis de trânsito.

“O condutor que está manuseando o celular durante cinco segundos recebendo e mandando mensagens de texto, cinco segundos a 60 quilômetros por hora, ele percorre 83 metros às cegas, nestes 83 metros ele pode atropelar muita gente e bater em muito carro”, afirmou Volpato.

A universitária Adriana Lucia Mangabeira, foi atropelada em março do ano passado em frente a UFES. Ela afirma que esperou o sinal abrir para os pedestres e que saiu andando, mas acabou atingida em cima da faixa por um carro que teria avançado o sinal. Há um ano e meio ela se recupera e ainda tem dificuldade para andar e falar.

“Sou uma vítima de violência no trânsito e também do ser humano que não tem respeito pelo próximo”.

Apesar da dificuldade, a universitária diz que não poderia estar melhor. “Hoje eu estou até fazendo musculação na faculdade, voltei a estudar e estou fazendo dança também. Um médico falou assim para a minha mãe: se ela acordar, né mãezinha, porque eu estou vendo que ela não vai acordar e, se ela acordar, ela vai ficar vegetando para o resto da vida”.

Mas também existe o outro lado da história, o pedestre, apesar de ser a parte mais frágil, tem que ter cuidado. O código de trânsito brasileiro obriga os pedestres a atravessar na faixa ou passarela. Se não tiver nenhuma das duas, o pedestre precisa ter certeza de que está seguro para atravessar.

“Comumente a gente vê as pessoas na rua mexendo no celular, com fone de ouvido andando distraído e o pedestre tem que utilizar a faixa para ele continuar vivo”, disse o Capitão Volpato.