Procuradoria-Geral do Líbano ouve responsáveis pela segurança; explosão segue em investigação
Explosões no Porto de Beirute, terça-feira (4), deixaram 158 mortos
O procurador-geral libanês, Ghassan al Khoury, ouviu nesta segunda-feira (10) os responsáveis pelos sistemas de segurança do Estado no âmbito do processo sobre as explosões no porto de Beirute, que deixaram 158 mortos e mais de 6 mil feridos.
Segundo a agência estatal de notícias ANN, Al Khoury já recolheu os testemunhos do diretor-geral do Serviço de Segurança do Estado, o general Tony Saliba, que foi ouvido no Palácio da Justiça de Beirute.
Desde o dia da explosão, 4 de agosto, vários países, políticos e cidadãos libaneses pedem uma investigação internacional sobre os acontecimentos. As 2.750 toneladas de nitrato de amônia, que aparentemente provocaram a tragédia, encontravam-se armazenadas no porto de Beirute há seis anos.
Mesmo assim, o presidente libanês, Michel Aoun, considerou "o pedido de investigação internacional sobre o caso do porto uma perda de tempo" acrescentando que o "Poder judiciário do país deve ser rápido para descobrir quem são os culpados e quem são os inocentes".
O presidente francês, Emmanuel Macron, visitou a capital libanesa dois dias depois da catástrofe e pediu às autoridades locais para iniciarem uma investigação independente. As declarações sobre a investigação foram reiteradas nesse domingo (9), durante a conferência internacional online dos doadores de ajuda financeira ao Líbano.
"Essa oferta de ajuda inclui igualmente o apoio para uma investigação imparcial, credível e independente sobre as causas da catástrofe. Trata-se de um pedido importante e legítimo do povo libanês. É uma questão de confiança. Os meios estão disponíveis e devem ser canalizados", afirmou Macron.
O Exército libanês deu por concluída a primeira fase dos trabalhos de busca e resgate das vítimas na área dos escombros. A explosão reavivou os protestos de outubro de 2019 contra a classe política libanesa e já levou à demissão, no domingo, de dois ministros do governo de Hassan Diab.
A crise política está instalada e vários deputados e responsáveis por setores públicos demitiram-se nos últimos dias, marcados pelos protestos sobretudo em Beirute.
FONTE: Agência Brasil