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Burnout atinge cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros

Especialista comenta como a neurociência e pequenas mudanças de rotina podem levar uma pessoa a ter melhor desempenho em sua vida profissional

Foto: Divulgação/DINO

Que atire o primeiro lápis aquele que nunca se sentiu mentalmente cansado no trabalho. Em uma era em que é preciso estar sempre estudando e acompanhando as novidades, ser sempre produtivo e, em meio a isso, ainda encontrar tempo para equilibrar a vida pessoal com a profissional, manter a saúde mental pode parecer ainda mais desafiador. Prova disso é o fato de que, de acordo com a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros podem sofrer da chamada síndrome de burnout.

Nesse sentido, cuidar dessa máquina chamada cérebro é de grande importância. É isso o que Elisheva Patrícia Cesco, psicóloga e coaching de carreira e performance profissional defende. “Em um cenário caracterizado pela imprevisibilidade constante, o cuidado fundamental com o cérebro é crucial para otimizar seu funcionamento fisiológico“, afirma.

Pequenas dicas de autocuidado

Elisheva Cesco enfatiza que priorizar o autocuidado cerebral começa com pequenas mudanças no dia a dia que trazem melhoras significativas para a rotina corporativa. A primeira delas é em relação ao descanso. A psicóloga afirma que o sono tem forte relação com a capacidade de aprendizado e que dormir menos de sete horas por noite pode elevar os riscos de demência. 

A prática de exercícios físicos também é importante não apenas para o corpo, mas também para aumentar a oxigenação cerebral e, assim, manter e desenvolver os neurônios. Segundo Elisheva, “pesquisas mostraram que o exercício físico regular melhora a função executiva e a memória de trabalho em indivíduos de todas as idades”. 

Elisheva também destaca o fator hidratação. Uma vez que a maior parte do cérebro é composto por água, uma diminuição mínima do nível de hidratação já pode afetar as funções cognitivas. Por fim, a coach fala da simplificação da rotina. “Crie ambientes calmos e organizados em casa e no trabalho para otimizar o foco e a criatividade, eliminando distrações e reduzindo o estresse mental”, sugere. 

Mudanças como essas podem favorecer não apenas a saúde do corpo como um todo, mas refletir no desempenho corporativo. “Isso porque conectar mente e corpo melhora o funcionamento cerebral e, também, a capacidade das pessoas lidarem com as mais distintas situações em suas rotinas profissionais”, conclui Elisheva.  

Mente sã, trabalho são

A psicóloga reforça que a adoção de adotar práticas como manter um estilo de vida saudável, alimentar-se bem e praticar atividades físicas regularmente tem uma relação direta com a tomada de decisões e a resposta ao estresse. E tudo isso influencia direta e objetivamente a produtividade e a vivência no mundo corporativo, tanto para gestores quanto para seus colaboradores.

No entanto, a neurociência afirma que, além de manter hábitos saudáveis, também é preciso exercitar a plasticidade cerebral. “A neuroplasticidade é essencial para ampliar a capacidade cerebral e explorar todas as modalidades, considerando as preferências individuais e a adaptabilidade em diferentes situações”, explica Elisheva. 

A psicóloga cita, ainda, a Dra. Tara Swart, neurocientista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT); e afirma que é interessante pensar de forma a dominar as emoções, a entender a conexão entre cérebro e corpo, acessar a própria intuição, usar o raciocínio lógico, manter a motivação e utilizar ao máximo a criatividade. 

Para Elisheva, os principais pontos que visam promover um melhor funcionamento do cérebro e fortalecer a saúde mental são:

Descanso: “dormir menos de 7 horas por noite não é saudável. O sistema de limpeza do cérebro leva de 7 a 8 horas para eliminar toxinas, e a falta de sono pode contribuir para doenças como a demência. É importante comprometer-se a dormir de 7 a 9 horas por noite, estabelecer uma rotina regular de sono, evitar luz azul antes de dormir e usar meditação para relaxar”, explica.

Alimentação: “o cérebro consome 20% do que você ingere, apesar de representar apenas 2% do seu peso corporal. É essencial ter uma dieta rica em vegetais, frutas, grãos integrais e boas gorduras, como azeite e peixes gordos, evitando açúcares e alimentos processados”, afirma. 

Hidratação: “composto por 78% de água, a desidratação de 1-3% já prejudica as funções cognitivas. Manter-se hidratado é crucial. Troque bebidas cafeinadas por chá de ervas e limite o consumo de álcool e bebidas açucaradas”, acrescenta. 

Oxigenação: “a prática regular de exercícios, especialmente treinamento intervalado de alta intensidade (HIT), pode aumentar um fator neurotrófico que ajuda no desenvolvimento e manutenção de neurônios. É aconselhável fazer pelo menos 30 minutos de exercício três vezes por semana”, recomenda. 

Simplificação: “por fim, avalie se sua casa e espaço de trabalho são ambientes que favorecem a clareza mental e a criatividade. Reduzir distrações e desordens pode ajudar a preservar seus recursos mentais”, finaliza. 

Para mais informações, basta acessar: https://www.instagram.com/elishevacescopsi/

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