Dino (divulgador de notícias)

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Doulas do luto oferecem apoio em momentos terminais

Profissionais fazem parte da equipe de cuidados paliativos e auxiliam pacientes, familiares e amigos a lidarem com emoções e aspectos práticos ligados ao fim de uma vida

Foto: Divulgação/DINO

O adoecimento e a consequente perda de uma pessoa querida é algo que afeta profundamente amigos e familiares de quem faleceu. Assim, existe uma rede de profissionais que oferecem suporte emocional e clínico em momentos difíceis como este, os chamados especialistas em cuidados paliativos.

Segundo a Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), esses profissionais formam uma equipe que “entende que uma doença grave atinge não só o paciente, mas também aqueles que o amam”. Por esse motivo, “seu papel é cuidar de todos”. Assim, enfermeiros, médicos, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais fazem parte dessa equipe. 

Uma função que tem ganhado cada vez mais espaço nessa equipe é a de doulas do luto, também conhecidas como doulas da morte ou thana doulas. Elas são profissionais que oferecem apoio emocional e prático às pessoas que estão enfrentando o processo de luto durante o processo de morte e após o falecimento. 

“A atuação das doulas [da morte] é semelhante ao papel das doulas no parto, mas voltada para a experiência do luto e da perda”, explica Vinícius Chaves de Mello, CEO do Grupo Riopae, empresa ligada ao ramo funerário.

Ou seja, da mesma forma que existem especialistas em ajudar e apoiar mães e familiares durante o processo de parto e do puerpério, também há uma profissional que auxilia pessoas, além daqueles próximos a elas, no final de suas vidas.

A função de doulas da morte não é necessariamente nova. Segundo um artigo compartilhado pela Associação Brasileira de Doulas da Morte (Adom), estas doulas surgiram pela primeira vez como cuidadoras e acompanhantes de pacientes em final de vida nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Austrália. 

Os cuidados ao fim da vida

Um diagnóstico difícil de uma doença incurável ou a inexorável passagem do tempo podem ser questões difíceis de lidar. Assim, a doula da morte e a equipe de profissionais paliativos acompanham essas pessoas e suas famílias em cada etapa dos fatos, independentemente de como o processo evolua. 

Vinicius Mello explica que as doulas do luto atuam não apenas no apoio emocional, mas também na orientação e educação dos envolvidos, além de oferecer apoio prático em um momento no qual as pessoas podem se sentir desamparadas. Por fim, tais profissionais também agem como facilitadoras nos possíveis rituais após o falecimento.

Na parte emocional, é comum elas trabalharem a escuta ativa, a consolação e a empatia, oferecendo um espaço seguro para que amigos e familiares falem sobre seus sentimentos sem julgamentos.  Além disso, oferecem conforto para ajudar os enlutados a lidarem com a tristeza e a dor do momento. Elas ainda orientam o processo de luto, desmistificando crenças e expectativas em torno da perda, além de ensinarem técnicas de enfrentamento desta e do luto. 

Em termos práticos, essas profissionais também ajudam a coordenar detalhes ligados ao funeral e à cerimônia de despedida, auxiliando na criação e realização dos ritos – sempre adaptados às crenças da família, sem julgamentos ou preconceitos. Por fim, as doulas ainda ajudam na busca de recursos como terapia, grupos de apoio e serviços de saúde mental. Todo esse suporte é ofertado de forma contínua e a longo prazo, abrangendo desde o momento anterior ao falecimento até após o sepultamento.

O panorama dos cuidados paliativos no Brasil

De acordo com o Atlas dos Cuidados Paliativos da ANCP, em 2022, foi registrada a existência de 234 serviços assistenciais, sendo um aumento de 22,5% da rede desse tipo de projeto no Brasil, em comparação com o ano de 2019, coordenados pelos seguintes profissionais: 204 médicos; 4 psicólogos; 3 assistentes sociais; 16 enfermeiros; 3 fisioterapeutas; 1 fonoaudiólogo; 1 musicoterapeuta; 1 veterinário; 1 administrador hospitalar.

Destes, 80,3% trabalham exclusivamente com os serviços paliativos, 62,3% contam com profissionais especialistas em Medicina Paliativa e 61,1% funcionam exclusivamente em hospitais. Ainda conforme o estudo, a maioria destas atividades (52,6%) é oferecida no Sistema Único de Saúde (SUS).

Para mais informações, basta acessar:  https://www.crematoriosaojoao.com.br/home

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