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Meninos criam grupo para falar mal de alunas e pais protestam em escola de Vitória

Dentre dizeres presentes nos cartazes, segurados pelas responsáveis, estavam: “bullying é crime”, “já se desculpou?”, “escolha ser gentil”

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Mães de alunas protestaram na porta de uma escola particular, localizada em Jardim Camburi, em Vitória, para denunciar casos de cyberbullying envolvendo crianças de 13 anos. As manifestações foram realizadas nesta quinta (08) e sexta-feira (09). 

Dentre dizeres presentes nos cartazes, segurados pelas responsáveis, estavam: “bullying é crime”, “já se desculpou?”, “escolha ser gentil”. 

O ato foi organizado depois que os familiares das alunas descobriram, na quarta-feira (07), um grupo de mensagens instantâneas onde as vítimas eram classificadas com palavras pejorativas. Entre os termos estão: “bunda de tanajura”, “obesa”, “bafuda”. 

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Em entrevista ao Folha Vitória, a mãe de uma das alunas, que preferiu não ser identificada, explicou que o grupo privado, apenas composto por homens, foi localizado por uma das crianças. 

"Eu estava me organizando para trabalhar quando uma mãe mandou uma mensagem no grupo de responsáveis comunicando a situação. Uma das crianças ligou chorando muito, narrando os termos pejorativos que havia sido chamada", contou a responsável. 

Entretanto, a mãe narrou que não sabe identificar sobre a existência de alunos de outras instituições, no grupo, que seria voltado para discussão de jogos online. 

Diante disso, a mãe foi até a instituição com o intuito de conversar com a coordenação. “Mas eles falaram que estavam com os relatos, nomes e apelidos e fariam algo 'dentro do possível, que iriam mandar um e-mail, mas nunca recebi'”. 

“Meninas colocadas com culpadas”, relata a mãe 

Segundo o relato, feito pela responsável, alguns dos pais dos meninos envolvidos acreditaram que “a manifestação era considerada exagerada” e até mesmo desnecessária. “Como sempre as meninas são colocadas como culpadas”. 

A mãe também narrou que o protesto, realizado na porta da escola, não era apenas para que a instituição ficasse ciente da situação. Mas para que os pais dos alunos. 

"Não foi uma ação apenas para a instituição, mas para que os pais dos próprios alunos envolvidos se atentassem para o comportamento das crianças dentro dos quartos, pois algumas mensagens foram encaminhadas fora do horário escolar", disse a mãe. 

Ainda segundo a responsável, durante o protesto da tarde desta sexta-feira (09), uma das funcionárias da instituição foi até as mães e solicitou o agendamento de uma reunião. 

O que diz a escola particular? 

O Colégio Salesiano, por meio de uma nota, veio a público "manifestar sua posição comprometida em relação a toda e qualquer situação de bullying e cyberbullying envolvendo alunos do colégio".

"Reiteramos que nosso compromisso é com a promoção de um ambiente seguro, respeitoso e acolhedor para todos, valores que estão no cerne da nossa missão educativa", narrou a escola. 

Segundo a nota, os valores da escola são diariamente trabalhados pelos educadores, tanto em sala de aula como em outros ambientes de convivência escolar, "sempre para formar cidadãos conscientes e solidários". 

"Para isso, são realizados momentos com as famílias, como a Escola de Pais, e com os estudantes, através do trabalho em sala de aula com o conteúdo do livro 'Bullying na Escola'".

A escola também destacou que embora combata veementemente o bullying em todas as suas formas, o cyberbullying é a modalidade de bullying realizado em espaço virtual, por meio de tecnologias digitais.

"Esse tipo de assédio inclui ações como enviar mensagens ofensivas, espalhar boatos, compartilhar fotos ou vídeos embaraçosos sem consentimento, e pode ocorrer em redes sociais, aplicativos de mensagens ou qualquer outra plataforma online. O cyberbullying está além do controle direto da nossa Instituição, pois é realizado através de celulares particulares e em plataformas digitais externas ao ambiente escolar", descreveu. 

Além disso, também é narrado que a escola está tratando o caso com seriedade e transparência, tomando todas as providências necessárias para assegurar que a situação seja devidamente resolvida, resguardando o sigilo e a integridade aos educandos.

Mas é ressaltado que o monitoramento das atividades online dos menores, especialmente nas redes sociais, é uma responsabilidade primordial dos pais e responsáveis. 

"Cabe aos pais supervisionar e orientar seus filhos sobre o uso adequado das tecnologias digitais, garantindo que eles estejam cientes das consequências de suas ações no ambiente virtual. A Instituição de Ensino, por sua vez, desempenha um papel de orientação e conscientização, educando os alunos sobre o uso responsável da internet e promovendo valores como o respeito e a empatia".

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