Ritmo da vacinação no ES pode cair se estado não receber novas remessas nesta semana
Segundo a Secretaria da Saúde do Estado, doses da Pfizer estão sendo destinadas para segundas doses, reforço dos idosos acima de 70 anos, imunossuprimidos e adolescentes indígenas aldeados
A vacinação contra a covid-19 vem avançando no Espírito Santo e o estado já tem mais de 37% de sua população totalmente imunizada contra a doença, segundo dados do Painel de Vacinação, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Entretanto, diante da escassez de doses da AstraZeneca em alguns estados brasileiros, há uma incerteza quanto à continuidade do ritmo da vacinação em solo capixaba a partir da semana que vem.
De acordo com a Sesa, até o momento todas as primeiras doses tiveram as segundas doses correspondentes enviadas aos municípios.
No entanto, segundo a secretaria, a partir da próxima semana o Espírito Santo dependerá das remessas do Ministério da Saúde para suprir as segundas doses que estão vencendo.
"Se houver descontinuidade de distribuição, o Estado terá dificuldades em finalizar o esquema vacinal contra Covid", afirmou a Sesa, por meio de nota.
A Secretaria da Saúde disse ainda que, diante da falta das vacinas da AstraZeneca, as doses da Pfizer estão sendo destinadas para segundas doses, reforço dos idosos acima de 70 anos, imunossuprimidos e adolescentes indígenas aldeados.
Ainda de acordo com a Sesa, o Estado está avaliando o cenário de disponibilidade de doses da AstraZeneca e aguarda orientações por parte do Ministério da Saúde para novas decisões.
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Ministério diz que não há atraso na entrega de doses
Neste sábado (11), o Ministério da Saúde reafirmou que não há atrasos na entrega de vacinas contra a covid-19 para aplicação de segunda dose em nenhum estado. No entanto, algumas unidades da Federação alegam que não têm recebido o imunizante.
Em São Paulo, por exemplo, o governador João Doria (PSDB) afirma que o ministério deve 1 milhão de doses e que, caso não receba, irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Mais de 95% das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da capital paulista estão sem vacinas da AstraZeneca para a segunda dose e a falta já atinge todo o Estado. Segundo o governo estadual, desde o fim de semana cerca de 1 milhão de pessoas ficaram sem o esquema vacinal completo.
Ao comentar a situação de São Paulo, João Dória afirmou que se trata de um problema do País. Alguns Estados, como Mato Grosso do Sul, também estão sem estoques de AstraZeneca em vários municípios.
Por sua vez, o Ministério da Saúde argumenta que a falta de doses para completar o esquema vacinal da população deve-se a alterações feitas por Estados e municípios no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, o PNO.
"As alterações feitas por estados e municípios no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO), como descumprir o que foi pactuado em reunião tripartite (União, estados e municípios), acarretam na falta de doses para completar o esquema vacinal na população brasileira. Para evitar esse cenário, a Pasta alerta, mais uma vez, para que estados, municípios e o Distrito Federal sigam o PNO", argumenta a pasta na nota.
Diante do cenário, o governo de São Paulo anunciou que a partir da próxima semana, quem estiver com a segunda dose da AstraZeneca atrasada poderá se vacinar com a Pfizer.
Para viabilizar o plano, serão entregues aos municípios durante o final de semana cerca de 400 mil doses extras de Pfizer.
A intercambialidade das vacinas foi chancelada pelo Comitê Científico do governo do Estado e pelo Programa Estadual de Imunização (PEI), que embasaram a decisão em estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e em orientações do próprio Ministério da Saúde.
Com informações do Estadão Conteúdo