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Amarelinha, batata quente, bola de gude: veja brincadeiras que resistiram à internet e ainda são sensação

São brincadeiras que algumas crianças, por já terem nascido na era digital, podem nem ter conhecimento. Algumas trocaram a corda pelo tablet, a amarelinha pelo smartphone

Em tempos em que a conectividade e as redes sociais da internet integram cada vez mais cedo o dia a dia das crianças, algumas famílias não querem deixar que as brincadeiras tradicionais sumam do mapa. Afinal, quem nunca brincou de pique-pega, pique-esconde, bola de gude ou amarelinha

Bola de gude, pular corda e amarelinha e brincadeiras de roda, são algumas que venceram a tecnologia Fotos: Divulgação

Estas são brincadeiras que algumas crianças, por já terem nascido na era digital, nem têm conhecimento. Algumas trocaram a corda pelo tablet, a amarelinha pelo smartphone.

Não é o caso dos irmãos Dyrceu Garcia, de dez anos, e de Davi Garcia, de cinco. Incentivado pelos pais, os irmãos já conhecem desde cedo o que é pular amarelinha, jogar bola, pular corda. Brincadeiras antigas que para os pequenos é novidade, e eles não abrem mão.

Os irmãos Dyrceu e Davi não abrem mão de jogos lúdicos para passar o tempo Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

“Hoje é muito complicado fazer com que seu filho brinque de forma saudável. A minha época era muito boa, porque a gente ficava na rua e brincava de bola, pique-esconde, patins... Agora com a insegurança, muitas vezes nossos filhos têm que ficar dentro de casa e, com isso, a tecnologia ganha força. Eu procuro levar meus filhos sempre para o ar livre e incentivo as brincadeiras mais lúdicas”, conta a mãe das crianças Fernanda Garcia da Silva Lopes.

Para a pedagoga Daniele Xavier, resgatar essas brincadeiras é um desafio para os dias de hoje. “Cantigas de roda, brincadeiras dos mais variados ‘piques’, reunir as amigas para brincar de boneca, futebol, etc., são brincadeiras que promovem a socialização e interação entre as crianças. É uma forma de interagir com as pessoas que a internet não oferece”, afirma.

A pedagoga lamenta, no entanto, que o dia a dia atribulado dos pais e a insegurança urbana, favorece com que as crianças fiquem somente com aparelhos eletrônicos. “Infelizmente, alguns fatores sociais como a violência urbana e a necessidade dos pais trabalharem, promovem a brincadeira solitária. Brincadeira de rua é coisa rara de se ver”, completa.

Para recordar algumas brincadeiras, que talvez nem todos se lembrem, o jornal online Folha Vitória traz algumas opções para reunir a criançada e se divertir como antigamente. Confira:

1) Batata quente: a brincadeira tem vários nomes de acordo com a região do Brasil. No Espírito Santo, é mais conhecida como batata quente.

A brincadeira, que acontecia muito durante as aulas de educação física nas escolas, visa em esconder algum objeto atrás de uma criança. Quem estivesse com a ‘batata quente’ tinha que sair da roda e correr. Se não conseguisse voltar ao lugar, era a vez dele de colocar o objeto atrás de alguém.

2) Amarelinha: uma das brincadeiras mais tradicionais e fáceis. Antigamente, bastava um giz e uma pedrinha para brincar.

Muito feita em escolas e até nas ruas, as crianças desenham uma linha com vários quadrados e tem que pular de uma perna só até chegar ao “céu”. No quadrado em que a pedrinha estiver não vale pular. Quem chegar ao “céu” primeiro é o grande vencedor.

3) Adedonha: ou stop, a brincadeira reúne toda a família. A dinâmica não exige muitos materiais. Basta uma caneta ou lápis e um pedaço de papel. Os participantes do jogo definem quais são as categorias. Normalmente tem nomes, marcas, cidades, frutas, cores...

Os participantes definem uma letra e quem completasse todo o quadro primeiro anunciava: “Adedonha”, ou “Stop”. Cada item correto valia dez pontos. Se o item coincidir com o de outro colega, apenas cinco pontos.

4) Bola de gude: uma dinâmica que sobreviveu ao avanço dos jogos eletrônicos e da internet. A brincadeira era muito popular entre as crianças, nas ruas perto de casa.

Com um impulso do polegar, atira-se uma bolinha tentando atingir um alvo marcado previamente, normalmente desenhado em forma de um triângulo ou círculo, e tomar as bolinhas dos adversários, acertando-as e retirando-as do desenho demarcado.

5) Pular corda: brincadeira simples, mas que exige, digamos, um certo preparo físico. Normalmente, ganha quem pular mais vezes ou completar uma música que os colegas cantam durante a brincadeira.

As crianças comumente pulavam corda nas escolas e também nas ruas.

E você, leitor, qual brincadeira marcou a sua infância? Conte para a gente e compartilhe a sua história, através do e-mail [email protected].