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Estudantes ocupam Ifes em Vitória e provas do Enem podem ser afetadas

Todas as atividades acadêmicas e administrativas estão suspensas. Alguns servidores da área de Ensino e da área administrativa conseguiram entrar no campus e acompanham a situação

Todas as atividades acadêmicas e administrativas estão suspensas no local Foto: Reprodução Facebook/Ninja ES

O campus do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), em Vitória, foi ocupado por estudantes na manhã desta segunda-feira (31). De acordo com informações do Instituto, cerca de 40 alunos ocuparam o local em protesto contra a PEC 241.

Todas as atividades acadêmicas e administrativas estão suspensas. Alguns servidores da área de ensino e da área administrativa conseguiram entrar no campus e acompanham a situação.

Na última semana, o Ministério da Educação (MEC) divulgou uma nota defendendo o direito de ir e vir dos alunos. Na publicação, o órgão solicitou a desocupação dos espaços até esta segunda-feira (31) para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Se o pedido não for respeitado, o Enem não será aplicado nas escolas ocupadas, segundo informações do próprio órgão.

Até a última sexta-feira (28), 45 escolas estavam ocupadas por estudantes que protestam contra a PEC 241 em todo Espírito Santo. De acordo com a Secretaria de Estado da Educação (Sedu), 43 escolas da rede estadual estão ocupadas por manifestantes, entre estudantes e professores.

Já a única escola municipal da Grande Vitória que está ocupada por manifestantes é a Escola de Ensino Fundamental Sônia Regina G. Rezende Franco, que fica no bairro Serra Dourada II.

Manhã de protestos

O protesto aconteceu em frente ao Palácio Foto: Breno Ribeiro

Um grupo de estudantes do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) de Cariacica realizou uma manifestação na manhã desta segunda-feira (31), na Vila Rubim, em Vitória.  O ato também foi contra a PEC 241, conhecida como PEC dos gastos públicos, e que tem como objetivo estabelecer um limite anual de despesa para os três Poderes, bem como para o Ministério Público da União e para a Defensoria Pública da União, a fim de conter a dívida pública.

Os alunos de todo país se posicionaram contra a aprovação e realizam protestos.

"Os gastos na educação não são gastos jogados fora. Não adianta parar de investir na educação e saúde, se esses são os principais locais que precisamos de investimentos", disse o estudante Lucas Vinicius.

Confira as notas:

IFES

Na manhã desta segunda-feira (31), cerca de 40 estudantes ocuparam o Campus Vitória do Instituto Federal do Espírito Santo, em protesto contra as medidas impostas pelo Projeto de Emenda à Constituição (PEC) nº 241; a Medida Provisória (MP) nº 746, que trata da reforma do Ensino Médio; e o Projeto de Lei nº 193, referente a escola sem partido. Os alunos fecharam os portões entrada do campus e não permitem a entrada de servidores e estudantes. 

Todas as atividades acadêmicas e administrativas estão suspensas. Alguns servidores da área de Ensino e da área administrativa conseguiram entrar no campus e estão lá acompanhando a situação. A direção do campus está em constante diálogo com os estudantes para resolução da questão. Os alunos ocupantes são do próprio campus, de outros campi e de outras instituições. O grupo marcou uma assembleia para as 17 horas desta segunda-feira para definir os rumos do movimento.

O recebimento de documentação comprobatória para isenção de taxa do processo seletivo para cursos técnicos está sendo feito por servidores nas entradas do campus. As inscrições para o processo seletivo dos cursos técnicos do Programa Nacional de Educação de Jovens e Adultos (Proeja) também estão sendo realizadas.

O Instituto Federal do Espírito Santo respeita o direito dos estudantes da manifestarem suas reivindicações e entende que são justas as reivindicações que vão ao encontro de uma educação pública cada vez melhor. Cabe ao Ifes zelar pelo patrimônio público e pela segurança de servidores e discentes no âmbito dos campi, mantendo permanente e indispensável diálogo com os estudantes. A instituição acredita e respeita a democracia e espera que a vontade da maioria seja respeitada.

MEC

O MEC reafirma que o direito de protestar é legítimo, é a base de um estado democrático. No entanto, a mesma Constituição que garante a livre manifestação, também assegura que a educação é um direito de todos. E ninguém deve impedir o direito dos jovens ir e vir para a escola. Por isso, o MEC apela para o bom senso dos que participam das ocupações para que desocupem esses espaços até o dia 31 próximo, preservando o direito de jovens inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de fazer as provas para o ingresso na educação superior. (Terceiro trecho da nota, retirado do site oficial).