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Entenda real motivo da guerra entre Israel e Hamas, o que é e resumo

Tensão em Gaza mistura política e religião há mais de 70 anos. Confrontos matam até quem está em bunkers e deixam milhares de mortos; veja causa e o porquê acontecem conflitos

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução / Twitter

O grupo islâmico Hamas, classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos e a União Europeia, realizou um ataque surpresa contra Israel no último sábado, dia 7 de outubro, resultando em uma tragédia com centenas de vítimas.

O bombardeiro foi considerado um dos maiores ocorridos nos últimos anos. 

De acordo com a CNN, ao assumir a responsabilidade pela ofensiva, o Hamas alegou que era o início de uma ação com o objetivo de ampliar seu território.

O ataque envolveu o lançamento de milhares de foguetes de Gaza em direção a Israel. Militantes armados conseguiram superar as barreiras israelenses de alta tecnologia que cercavam a faixa de Gaza, desencadeando ataques terrestres que envolveram a tomada de reféns.

Além disso, segundo informações de Nadeen Ebrahim, da CNN, combatentes invadiram o território israelense pelo mar.

Lamentavelmente, o ataque também atingiu um grupo de jovens que participava de um festival de música eletrônica. Foram encontrados pelo menos 260 corpos no local. 

O brasileiro Ranani Glazer, que estava desaparecido desde sábado, teve a morte confirmada pela família na segunda-feira (9).

De acordo com a CNN, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou estado de guerra e anunciou que os palestinos enfrentariam sérias consequências por esse ataque.

Ele afirmou que a resposta de Israel a Gaza “mudará o oriente médio”.

CONFLITO DURA MAIS DE 70 ANOS

A longa e complexa tensão entre Israel e Palestina, que envolve questões políticas e religiosas, perdura há mais de sete décadas, resultando em inúmeras vítimas de ambos os lados.

Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs um plano para a criação de dois estados: um judeu e outro árabe.

Conforme o plano, Israel seria estabelecido como um estado judeu, enquanto Gaza e a Cisjordânia seriam destinadas aos palestinos.

Segundo a CNN, os árabes rejeitaram esse acordo, argumentando que as terras a eles designadas possuíam menos recursos.

No entanto, em 1948, Israel foi oficialmente estabelecido como um estado independente, gerando grande indignação entre os palestinos e desencadeando a Guerra árabe-israelense de 1948.

Nesse contexto, Gaza foi ocupada pelos egípcios. Em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, Israel tomou posse da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, uma área de grande significado religioso para judeus, árabes e cristãos.

O conflito persistiu, com diversos episódios de tensão. Em 1987, ocorreu a primeira Intifada, uma revolta dos palestinos contra a presença de tropas israelenses na região.

De acordo com a CNN, em 1993, os Acordos de Oslo levaram à criação da Autoridade Nacional Palestina (ANP), destinada a assumir a administração política dos territórios palestinos. No entanto, Israel só se retirou da Faixa de Gaza em 2005.

Em 2012, a ONU reconheceu a Palestina (englobando a Faixa de Gaza e a Cisjordânia) como um Estado-observador permanente.

Apesar de diversas tentativas internacionais para negociar acordos de paz na região, até o momento, todas elas fracassaram.

IMPASSE

Ainda de acordo com informações de Nadeen Ebrahim, o Hamas não aceita a existência de Israel como um Estado e reivindica o território israelense como parte da Palestina.

A Palestina pede a suspensão da colonização de seu território e o fim do bloqueio israelense à Faixa de Gaza. Enquanto isso, Israel demanda o reconhecimento de seu status como um estado judeu.

HAMAS

O Hamas é uma organização islâmica com uma ala militar que surgiu inicialmente em 1987. Originou-se como um desdobramento da Irmandade Muçulmana, um grupo islâmico sunita fundado no Egito no final da década de 1920.

A palavra "Hamas" é um acrônimo que representa "Harakat Al-Muqawama Al-Islamiyya", traduzido como "Movimento de Resistência Islâmica".

Similarmente a muitas outras facções e partidos políticos palestinos, o Hamas alega que Israel é uma potência colonizadora e busca a libertação dos territórios palestinos sob controle israelense.

Segundo a CNN, ao contrário de algumas outras facções palestinas, o Hamas rejeita o diálogo com Israel. 

Em 1993, opôs-se aos Acordos de Oslo, um pacto de paz entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que desistiu da resistência armada contra Israel em troca de promessas de um Estado palestino independente ao lado de Israel. 

Esses acordos também estabeleceram a Autoridade Palestina (AP) na Cisjordânia, sob ocupação israelense.

O Hamas se apresenta como uma alternativa à AP, que reconheceu Israel e se envolveu em várias iniciativas de paz que não obtiveram sucesso.

A AP, liderada pelo Presidente Mahmoud Abbas, teve sua credibilidade entre os palestinos enfraquecida ao longo dos anos.

Ao longo dos anos, o Hamas reivindicou a responsabilidade por diversos ataques contra Israel e foi classificado como uma organização terrorista pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por Israel.

De acordo com o Departamento de Estado dos EUA em 2021, o Hamas recebe apoio financeiro, armas e treinamento do Irã, além de obter alguns fundos de nações do Golfo Árabe.

O grupo também recebe doações de palestinos, expatriados e de suas próprias organizações de caridade.

Em abril, o Ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, sugeriu que o Irã fornecesse anualmente aproximadamente 100 milhões de dólares ao Hamas.