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Professor é afastado e Ufes abre processo para apurar denúncias de racismo

Nesta quarta-feira (05), o reitor da Ufes, Reinaldo Centoducatte, informou que o professor foi afastado do segundo período de Ciências Sociais

O reitor da Ufes, Reinaldo Centoducatte, conversou com a imprensa, na tarde desta quarta-feira (05) Foto: Alexandre Kapiche / TV Vitória

A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) decidiu abrir um processo administrativo para apurar a conduta do professor do Departamento de Economia, acusado de racismo. O processo pode durar até 90 dias.

Nesta quarta-feira (05), o reitor da Ufes, Reinaldo Centoducatte, informou que o professor foi afastado do segundo período de Ciências Sociais, na qual teria externado posicionamento contrário ao sistema de cotas.

De acordo com o reitor, caso o inquérito confirme as denúncias apresentadas pelos universitários, o professor poderá sofrer até três tipos de sanções: advertência verbal, advertência na ficha de cadastro de professores da universidade, ou exoneração.

Segundo Centoducatte, “o professor está completamente equivocado ao dizer que cotistas não são bons alunos”. Ele também reforçou que a Ufes não admite qualquer tipo de preconceito.

O caso

Na última segunda-feira (03), um professor do Departamento de Economia da Ufes gerou polêmica ao fazer comentários de cunho supostamente racistas durante uma das suas aulas. 

De acordo com os relatos de alunos do curso de Ciências Sociais, o professor dirigiu-se aos universitários cotistas, dizendo que “detestaria ser atendido por um médico negro ou advogado negro” e que o nível intelectual da Ufes reduziu-se com a presença de negros cotistas. 

Além disso, segundo testemunhas, o professor declarou que tem dificuldades em adaptar sua linguagem culta para explicar os conteúdos a uma “turma incapaz”, onde há alunos cotistas.

Nas redes sociais, alunos, advogados e até outros funcionários da Universidade se mostraram contrários às declarações do docente. Porém, houve quem defendesse o professor. 

Na terça-feira (04), o desembargador Willian Silva ofereceu representação criminal ao Ministério Público Federal contra o professor.