Ufes vai investigar supostas declarações racistas de professor de Economia
De acordo com os relatos de alunos do curso de Ciências Sociais, o professor dirigiu-se aos universitários cotistas, dizendo que “detestaria ser atendido por um médico negro”
Um professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) gerou polêmica ao fazer comentários de cunho racista durante uma das suas aulas na última segunda-feira (03).
De acordo com os relatos de alunos do curso de Ciências Sociais, o professor dirigiu-se aos universitários cotistas, dizendo que “detestaria ser atendido por um médico negro ou advogado negro” e que o nível intelectual da Ufes reduziu-se com a presença de negros cotistas.
Além disso, segundo testemunhas, o professor declarou que tem dificuldades em adaptar sua linguagem culta para explicar os conteúdos a uma “turma incapaz”, onde há alunos cotistas.
Nas redes sociais, alunos, advogados e até outros funcionários da Universidade se mostraram contrários às declarações do docente. Porém, houve quem defendesse o professor. Alguns alunos, ex-alunos e colegas de profissão disseram que respeitam a opinião do economista e elogiam a sua postura como profissional e como pessoa.
Ufes vai investigar o caso
De acordo com a assessoria da Ufes, a Ouvidoria recebeu, na manhã desta terça-feira (04), a denúncia encaminhada por estudantes contra o professor da instituição. A denúncia será encaminhada ao diretor do Centro de Ensino no qual o professor está lotado, onde será aberta uma sindicância para analisar o caso. Se as denúncias forem comprovadas, o resultado da sindicância será encaminhado à Reitoria da Universidade, para a abertura de um inquérito administrativo.
A Ufes destacou que repudia todo e qualquer ato ou manifestação preconceituosa em seus campi. A Instituição afirma que desenvolve políticas afirmativas de assistência estudantil que reforçam seu compromisso com o exercício pleno da cidadania a todos os estudantes, a democratização das condições para o acesso e permanência dos alunos nos cursos de graduação, a defesa da justiça social e a eliminação de todas as formas de discriminação.