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Bombeiros investigam se 3ª barragem está sob risco em Minas

O prefeito de Mariana, Duarte Junior (PPS), disse que decretará estado de emergência no município, atingido por uma onda de lama depois que duas barragens da mineradora Samarco estouraram

Redação Folha Vitória
Área da Mineradora Herculano foi interditada após acidente Foto: R7

Belo Horizonte e Sâo Paulo - Após o rompimento de duas barragens, na tarde da última quinta-feira (5), entre Mariana e Ouro Preto, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais afirmou na manhã desta sexta-feira (6), que há riscos em outra barragem. De acordo com o assessor de comunicação, major Rubem da Cruz, a corporação monitora uma terceira barragem na cidade de Mariana, que poderia ter um novo risco de rompimento.

Em entrevista à Rádio CBN, ele afirmou que uma vistoria foi realizada durante a madrugada e deve-se repetir na manhã desta sexta-feira (6). Ainda segundo ele, a hipótese de que um abalo sísmico de 2 pontos na escala Richter poderia ter causado os rompimentos está sendo investigada.

O prefeito de Mariana, Duarte Junior (PPS), disse que decretará estado de emergência no município, atingido por uma onda de lama depois que duas barragens da mineradora Samarco estouraram.

A Prefeitura da cidade de Mariana divulgou pedido de ajuda nas redes sociais para receber donativos, como roupas, colchões, água mineral, produtos de higiene pessoal, e também, pratos, copos e talheres descartáveis. Os interessados em ajudar devem se dirigir ao Centro de Convenções do município. O governador do Estado, Fernando Pimentel (PT), e o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, devem chegar ao local na manhã desta sexta-feira.

Tragédia

O distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, foi completamente alagado. Até as 23h de ontem, haviam sido confirmados 17 mortes e 75 feridos. A previsão dos bombeiros era de que o número de mortes chegasse a 40 - ainda havia desaparecidos e muitas pessoas a resgatar.

A tragédia deve transformar-se na mais grave na área ambiental do Estado. Até uma igreja histórica do século 18 e uma escola de ensino fundamental teriam sido atingidas. "Uma avalanche de lama destruiu casas, escola, igreja, posto de saúde e carros. Muitas famílias estão desalojadas e sem notícias de seus familiares. O resgate é difícil e somente com helicópteros é possível chegas às áreas destruídas", relatou ao jornal O Estado de S. Paulo o secretário de Saúde de Mariana, Juliano Duarte. "Muitos desabrigados estão alojados provisoriamente em uma escola. É uma das cenas mais tristes que já vi", lamentou.

"O distrito desapareceu, sumiu debaixo da lama", afirmou o prefeito Duarte Júnior à Rádio Estadão. "Cheguei perto e eu vi a visão da inferno. A gente que conhece o lugar olhava e não via mais nada, casa, carro em cima de telhado."

Segundo o promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador de Meio Ambiente do Ministério Público Estadual, a situação é catastrófica. "Ainda não há condições de saber o número total de mortos", disse. Uma avaliação completa só será possível na manhã de hoje.

A população estimada de Bento Rodrigues, que fica a 25 km da região central do município, é de 620 pessoas, residentes em 200 casas, de acordo com os dados do governo do Estado.

Exército

Em nota oficial, o governador Fernando Pimentel (PT) afirmou ter recebido com "consternação a informação sobre o rompimento da barragem". Já a presidente Dilma Rousseff foi informada do acidente pelo ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, e colocou o Exército, o Centro de Desastres e a Força Nacional à disposição para ajudar no socorro.