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Setor de móveis apresenta crescimento no Brasil

Nos últimos anos, o mercado moveleiro tem registrado um notável crescimento no país. Bruna Dias, especialista no setor, comenta sobre o aumento e relação com o trabalho remoto

Dino

Foto: Divulgação

“O que tenho observado é que o setor moveleiro não está apenas se mantendo relevante, mas está abraçando ativamente a transformação tecnológica”

O mercado mobiliário desempenha um papel crucial na economia brasileira, gerando empregos e contribuindo com exportações, que atingiram a marca de R$ 764,3 milhões no início de 2022, de acordo com dados do SEBRAE. Além disso, o setor registrou um aumento de 2,3% nas vendas varejistas nos primeiros dez meses de 2022, indicando uma tendência de crescimento contínuo.

Conforme dados do IEMI – Inteligência de Mercado, empresa especializada em pesquisas de mercado, o segmento de varejo de móveis e colchões registrou um período de expansão nos últimos anos, atingindo o pico de vendas durante a pandemia, em 2021. Com a transição das atividades profissionais e de estudo para o ambiente remoto, houve mudanças no comportamento do consumidor, que passou a buscar móveis que atendessem às demandas da vida profissional em casa.

A evolução do mercado de móveis no Brasil é evidenciada pelo expressivo aumento de 80,8% nas vendas online em 2021 em comparação com 2019. Embora as vendas online representem cerca de 36% do total de vendas, é notável o alto nível de satisfação do consumidor, que alcançou 97%, refletindo a crescente aceitação do comércio eletrônico no setor.

Para explicar mais sobre o assunto e esclarecer dúvidas, Bruna Dias, fundadora da Elements, empresa especializada em cadeiras ergonômicas e móveis para escritórios, responde algumas perguntas.

Quais foram os principais impulsionadores por trás do crescimento do mercado moveleiro nos últimos anos no Brasil?

B. D.: Nos últimos 3 (três) anos, o mercado moveleiro nos levou a uma montanha-russa emocionante. Após um susto devido à pandemia, o setor se recuperou de forma impressionante em 2021. Neste período, a demanda cresceu substancialmente e os consumidores passaram a dar mais atenção para o home office, refletindo um foco maior em seu próprio bem-estar. A realidade é que a indústria moveleira enfrentou uma tempestade. Porém, em 2023, estamos vendo sinais fortes de recuperação, embora seja importante ressaltar que este crescimento se torna cada vez mais seletivo, pois o mercado está mais informado, mais tecnológico e com mais concorrência.

Como você vê o crescimento do setor no país?

B.D.: Sem dúvida, o cenário atual é incrivelmente promissor, diretamente falando em mobiliário corporativo. Há uma série de fatores que contribuem para esse otimismo, como a proximidade da Black Friday e do Natal, bem como uma inflação mais controlada. O que tenho observado é que o setor moveleiro não está apenas se mantendo relevante, mas está abraçando ativamente a transformação tecnológica. Esse olhar está resultando em uma experiência excepcional ao longo de toda a jornada do cliente, com um foco cada vez maior na agilidade e na satisfação do consumidor, o que gera impactos significativos.

Uma tendência interessante é a crescente receptividade do consumidor a inovações, sustentabilidade, exclusividade e o sentimento de pertencimento. Empresas do setor que estão direcionando seus esforços para atender a essas necessidades específicas estão se destacando e experimentam um crescimento constante. Portanto, o futuro do mercado moveleiro no Brasil parece brilhante, impulsionado por uma combinação de fatores econômicos, tecnológicos e uma atenção cada vez maior às demandas e desejos dos consumidores.

Considerando a transição contínua para o trabalho remoto, quais são os principais fatores que influenciam o design e a ergonomia dos móveis para escritório, visando atender às crescentes demandas dos consumidores?

B.D.: Vejo que muitas marcas/indústrias se preocupam apenas com a venda ou com volume de venda, tratam pessoas como números, pois estão com olhar inclinado para isso.

Quando se tem um objetivo como promover a satisfação através da alta performance, entregar novas tecnologias e promover uma sensação de futuro no agora através de designs futuristas, assim, acabamos gerando valor a vida das pessoas, entregando sim a produtividade e consequentemente o produto acaba sendo uma extensão natural de toda nossa entrega.

O consumidor percebe que criamos produtos pensando na sua evolução, satisfação, e diretamente para seu desempenho pessoal. As pessoas desejam o novo, o diferente, a performance, a satisfação, o futuro, agora.

À luz do crescente apelo do comércio eletrônico no setor de móveis, como as empresas estão utilizando as plataformas online para expandir o alcance de seus produtos e garantir uma experiência de compra satisfatória para os consumidores que buscam soluções específicas para o home office?

B.D.: As empresas estão investindo cada vez mais em uma presença online. Sites bem projetados e otimizados. Ampliar fortemente a variedade de produtos é um grande diferencial. Imagine encontrar não apenas o que você precisa, mas também o que combina perfeitamente com seu espaço. A importância neste setor de realidade aumentada não pode ser ignorada, pois permite que os clientes visualizem como os móveis ficarão antes de comprar. Mas, além disso, o investimento em branding, e as estratégias de fortalecimento de marca influenciam, criam movimentos e geram confiança. É como construir uma ponte direta para o coração e a mente do consumidor, tornando a marca como uma escolha natural. E para promover ainda mais a marca, disponibilizar materiais de marketing para parceiros facilita o alcance de mercado e levanta oportunidades para todos.