Dino (divulgador de notícias)

Geral

Empreendedoras são maioria em serviços, comércio e indústria

Pesquisa indica percentual de mulheres à frente dos negócios e revela participação feminina como maioria. Thais Fernandes, proprietária da Podium, comenta a presença feminina a frente de negócios de setores em crescimento

Foto: Divulgação/DINO

Estudo feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), baseado em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao terceiro trimestre de 2022, apontou maioria de mulheres como proprietárias de empreendimentos em três setores de relevância para a economia nacional.

O setor de serviços é liderado por mulheres, com 53% de participação feminina, frente a 36% de participação masculina. O segundo setor com predominância feminina no empreendedorismo é o comércio, em que as mulheres representam 27%, enquanto os homens correspondem a 20% dos líderes de negócios. Já na indústria, 13% são proprietárias de negócios e 6% são donos de empreendimentos. 

Thais Cristina Alves Fernandes, sócia administradora e proprietária da Podium, empresa especializada em estética e manutenção automotiva, destaca a importância do empreendedorismo feminino para a economia nacional.

“O espírito empreendedor das mulheres tem se destacado, com muitas delas buscando inovação e sustentabilidade em seus negócios, contribuindo de forma expressiva para o desenvolvimento econômico do país”, enfatiza. 

Para Fernandes, o empreendedorismo feminino no Brasil tem crescido de forma significativa, e as mulheres estão cada vez mais presentes em diversas áreas, inclusive em setores tradicionalmente dominados por homens. No entanto, segundo ela, ainda existem barreiras culturais e institucionais que dificultam a equidade de oportunidades, como o acesso ao crédito, ao conhecimento técnico e ao networking. 

“O setor de manutenção e reparação automotiva, por exemplo, é historicamente associado ao masculino, devido a estereótipos de gênero que sugerem que essas atividades exigem força física ou habilidades que são tradicionalmente vistas como ‘masculinas’. Além disso, a cultura automotiva foi, por muito tempo, voltada para o público masculino, o que reforçou essa ideia”, pontua Fernandes. 

A empresária destaca que, apesar do preconceito de gênero na resistência por parte de alguns clientes e fornecedores e a necessidade constante de mulheres provarem competência no ramo automotivo, algumas percepções estão mudando. 

“O acesso a redes de apoio e financiamento e a conciliação entre vida pessoal e profissional - já que muitas mulheres ainda são sobrecarregadas com responsabilidades familiares - ainda são desafios que uma empresária enfrenta. À medida que mais mulheres entram nesse setor, mostrando que a competência técnica e o conhecimento especializado não têm relação com o gênero, o cenário vai se alterando”, esclarece a empresária. 

Impacto do empreendedorismo feminino na economia 

O levantamento feito pelo Sebrae também revelou que o total de mulheres empreendedoras no período foi de 10,3 milhões de donas de negócios no Brasil, o maior já registrado. Em âmbito nacional, durante o período, as mulheres representaram 34,4% do universo de empreendedores no país. Segundo a pesquisa, a região Sudeste lidera em empreendimento feminino, com 44%. 

“Esse dado mostra o avanço e a força das mulheres no mercado empreendedor brasileiro e demonstra que, apesar das dificuldades históricas, as mulheres estão conquistando cada vez mais espaço. Isso reflete tanto o desejo de independência financeira quanto a busca por realização profissional em áreas diversas”, aponta Fernandes.

Segundo Fernandes, o empreendedorismo feminino é uma força transformadora na sociedade por promover a diversidade de ideias e soluções inovadoras para o mercado. 

“No setor de manutenção automotiva, por exemplo, os clientes valorizam o cuidado com os detalhes, a clareza nas explicações e a transparência, características que muitas vezes são associadas à presença feminina. Aos poucos, esse reconhecimento está ajudando a quebrar estereótipos antigos, mostrando que competência e qualidade não têm gênero”, explica Fernandes.

Ainda assim, a empresária ressalta a importância de olhar para as desigualdades que persistem, como a diferença de faturamento entre negócios liderados por homens e mulheres, e a necessidade de políticas de incentivo que promovam ainda mais equidade.

Promoção da igualdade de gênero

De acordo com a empresária, é necessário dar mais visibilidade às mulheres que já estão em cargos de liderança ou em setores tradicionalmente masculinos para encorajar outras mulheres a seguirem o mesmo caminho. A criação de redes de apoio entre mulheres empreendedoras e o incentivo ao empreendedorismo feminino também são atitudes indicadas por ela.

“Políticas públicas que incentivem a equidade salarial e a contratação de mulheres em setores diversos são fundamentais. Ou seja, a sociedade precisa promover uma cultura de igualdade e inclusão, combatendo estereótipos de gênero desde a educação básica até os ambientes de trabalho”, reforça Fernandes. 

O Governo Federal oficializou, em abril deste ano, a Estratégia Nacional de Empreendedorismo Feminino - Elas Empreendem. A iniciativa está pautada em cinco objetivos principais e a instituição do Comitê de Empreendedorismo Feminino. 

Alguns dos objetivos estabelecidos são fomentar ambiente de negócios para o desenvolvimento de empresas lideradas por mulheres, facilitar o acesso das mulheres a políticas e serviços públicos de empreendedorismo e incentivar a produção de dados e a disseminação de informações sobre empreendedorismo feminino.

Para mais informações, basta acessar: redepodium.com.br/