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Evento debate as lições de outras metrópoles para São Paulo

Em encontro promovido pela C21, arquitetos, urbanistas e desenvolvedores apresentam experiências de diversas cidades do mundo que poderiam ser replicadas na capital paulista para melhorar a qualidade de vida, a sustentabilidade e a eficiência urbana

Foto: Divulgação/DINO

A vida subterrânea de Tóquio, a revitalização de áreas industriais de Paris, a transformação do King’s Cross em Londres ou a efervescência das ruas de Atenas são algumas das experiências que outras cidades do mundo podem ensinar a São Paulo. Esses e outros exemplos foram apresentados no evento "Lições para São Paulo: o que temos a aprender com outras cidades", realizado pela C21, que trouxe discussões sobre urbanismo e inovação para a Galeria Idea!Zarvos, no Jardim Paulistano, no dia 29 de outubro.  

O encontro reuniu desenvolvedores e especialistas em arquitetura e urbanismo como Gabriel Ranieri, sócio-diretor do Studio Arthur Casas, Philip Yang, fundador do URBEM - Instituto de Urbanismo e Estudos para a Metrópole, e Maurício Barbosa, diretor da Hurbana - Cidade Para Pessoas. Com mediação de Mariana Barros, sócia-fundadora da C21, o debate buscou explorar soluções que tornem a capital paulista mais acessível, sustentável e vibrante, inspirando-se em modelos globais de mobilidade, segurança e qualidade de vida.

Em comum, os palestrantes apontaram a necessidade de uma articulação contínua do poder público, colaboração entre profissionais e a participação ativa da sociedade. Ressaltaram ainda a importância do espaço público, da acessibilidade e da integração entre diferentes áreas urbanas. Elementos como arquitetura, áreas verdes e facilidades de deslocamento foram citados como fundamentais para enriquecer a vivência urbana.

Outro ponto enfatizado pelos participantes foi a relevância da pesquisa de campo para compreender as dinâmicas urbanas. Ranieri destacou que “todas as cidades têm seus acertos e erros”, ressaltando a necessidade de um planejamento urbano que considere tanto as virtudes quanto as imperfeições. Para ele, é preciso pensar em uma mobilidade urbana segura e acessível que leve em conta a cultura local.

Já Philip Yang mencionou a importância de contar com boas lideranças nos projetos de transformação, especialmente no que diz respeito à conversão de espaços históricos em áreas capazes de integrar cultura, esporte e lazer, mencionando iniciativas como o Parque Minhocão. Maurício Barbosa trouxe a experiência de Pedra Branca, em Santa Catarina, onde o pedestre e a qualidade de vida são prioridades, destacando a relevância do planejamento voltado à promoção da densidade populacional como forma de encurtar distâncias e tornar as rotinas mais eficientes.

Entre as inovações observadas no exterior, foram mencionadas a infraestrutura de transporte, sistemas de transporte público eficientes e design urbano que prioriza a mobilidade ativa, como ciclovias. Maurício Barbosa apontou Copenhague como exemplo a ser seguido por São Paulo, especialmente em mobilidade urbana, ressaltando que a cidade dinamarquesa implementou um eficaz sistema de ciclovias, com 50% das viagens realizadas de bicicleta.

As experiências de Copenhague destacam a importância de um ambiente urbano que priorize a qualidade de vida e a mobilidade ativa. Philip Yang notou avanços nas ciclofaixas de São Paulo, com um aumento significativo no uso de bicicletas, especialmente na região da Consolação, onde o volume triplicou após a implementação das ciclofaixas.

Os especialistas concordaram que São Paulo possui elementos positivos, como diversidade cultural e resiliência da população, que podem servir de base para melhorias futuras. Segundo eles, o reconhecimento dessas qualidades é essencial para a construção de um futuro sustentável que valorize a qualidade de vida de todos os cidadãos. As discussões do evento revelaram um panorama rico sobre os desafios e oportunidades que as cidades enfrentam, destacando a importância de um planejamento urbano consciente e inovador.