Presidente da Colômbia diz que Prêmio Nobel deu impulso ao "sonho impossível"
Santos descreveu o prêmio como um "dom do céu" e o dedicou a todos os colombianos, particularmente aos 220 mil mortos e 8 milhões de deslocados no conflito
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, aceitou neste sábado o Prêmio Nobel da Paz, afirmando que a distinção deu um impulso ao "sonho impossível" de acabar com a guerra civil de meio século em seu país.
Em seu discurso, Santos descreveu o prêmio como um "dom do céu" e o dedicou a todos os colombianos, particularmente aos 220 mil mortos e 8 milhões de deslocados no conflito mais longo do hemisfério ocidental.
"Com esse acordo, podemos dizer que o continente americano - do Alasca à Patagônia - é uma terra em paz", disse o presidente durante a cerimônia, realizada na Prefeitura de Oslo.
Santos chegou a um histórico acordo de paz com rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no início deste ano. Mas o acordo inicial foi rejeitado pelos eleitores colombianos em um referendo cujo resultado surpreendeu, poucos dias antes do anúncio do Prêmio Nobel da Paz, em outubro.
Muitos acreditaram que a rejeição ao acordo retiraria Santos da disputa do prêmio deste ano, mas o Comitê Nobel norueguês "viu as coisas de forma diferente", disse a vice-presidente Berit Reiss-Andersen. "Em nossa opinião não havia tempo para perder", disse ela em seu discurso de apresentação. "O processo de paz estava em perigo de colapso e precisava de todo o apoio internacional que pudesse obter".
Um acordo revisto foi aprovado pelo Congresso da Colômbia na semana passada.