Retrospectiva: os crimes brutais que chocaram os capixabas em 2022

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Retrospectiva: os crimes brutais que chocaram os capixabas em 2022

A quarta reportagem da série reconta os ataques em escolas, feminicídios e casos de estupro de crianças que ganharam repercussão ao longo do ano no Estado

Foto: Folha Vitória

Mãe suspeita de torturar o filho, pai acusado de abusar sexualmente e matar menino, casos de feminicídio e ataques em escolas foram apenas alguns dos crimes bárbaros registrados ao longo deste ano no Espírito Santo.

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A quarta reportagem da série especial "Retrospectiva 2022" relembra os crimes brutais que chocaram os capixabas neste ano.

Foto: Folha Vitória

Em 20 de março, um crime na zona rural de Santa Maria de Jetibá, na região Serrana do Espírito Santo, deixou os moradores do município assustados.

Uma mulher foi esfaqueada pelo companheiro dentro de casa. As duas filhas da vítima, que moravam próximo à casa da mãe, ouviram a discussão do casal e foram ao local. Elas também foram esfaqueadas pelo padrasto, que fugiu logo em seguida.

A jovem Angélica Oto Hammer, de 23 anos, morreu na hora. A mãe, Evanilda Oto, de 45 anos, e a irmã, Fernanda Oto Hammer, de 14 anos, foram socorridas e sobreviveram.

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

O crime, segundo vizinhos da família contaram na época, aconteceu na frente de outra filha de Evanilda, uma criança de 9 anos. 

O suspeito, Valdeni Plaster, foi preso no mesmo dia do homicídio. Segundo a polícia, ele confessou ter esfaqueado a mulher e as duas enteadas e não demonstrou arrependimento.

Ele foi indiciado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado — motivo fútil; emprego de meio cruel; e feminicídio — e por dupla tentativa de homicídio. De acordo com a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), Valdeni segue preso no Centro de Detenção Provisória de Viana (CDPV II) e aguarda o julgamento.

Foto: Folha Vitória

Diversos casos de estupro de crianças foram registrados no Espírito Santo ao longo do ano. Em alguns casos, o crime foi cometido pelos pais das vítimas.

Um dos casos de grande repercussão do ano é do pequeno Jorge Teixeira da Silva Neto, de 2 anos. O menino foi internado em um hospital de Vila Velha na noite de 4 de julho e morreu na madrugada seguinte. Segundo a polícia, ele tinha sinais de tortura e violência sexual pelo corpo.

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Os pais do garoto, Maycon Milagre da Cruz e Jeorgia Karolina Teixeira da Silva, foram presos e denunciados pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES). De acordo com a denúncia, Jorge foi internado com choque séptico por peritonite, decorrente das lesões provenientes de perfuração do reto e do ânus.

Segundo a polícia, sangue e sêmen foram encontrados na roupa do menino. O pai se recusou a fornecer material para exame de DNA comparativo. Ainda de acordo com a denúncia do MPES, a mãe tentou encobrir as torturas sofridas pelo filho.

De acordo com a Sejus, Maycon está preso no Centro de Detenção Provisória de Viana (CDPV II) e Jeorgia no Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC).

Foto: Folha Vitória

Um mês antes, outro caso cruel envolvendo mãe e filho chamou a atenção dos capixabas. Um menino, de 9 anos, foi agredido com uma mangueira e obrigado a beber a própria urina. O caso aconteceu em 8 de junho e foi denunciado pela família. 

Segundo os parentes, as agressões teriam sido cometidas pela mãe do garoto porque o menino teria deixado de fazer as tarefas de casa.

Além das agressões físicas, a criança também teria sido vítima de violência psicológica. O menino foi retirado do convívio da mãe e encaminhado para a casa de familiares por meio do Conselho Tutelar.

Foto: Reproducao/ Arquivo Pessoal
Foto: Folha Vitória

Uma menina, de 11 anos, confessou ter matado a própria mãe com a ajuda do namorado, de 14 anos. O crime aconteceu em 27 de outubro, na casa da família, no bairro Jaburuna, em Vila Velha.

A menina registrou em um diário a ideia do assassinato. Em uma das páginas, ela escreveu que mataria os pais para poder ficar com o namorado. "Eu estou completamente apaixonada por um garoto. A gente vai matar meus pais para ficar juntinhos."

Foto: Reprodução

Para a polícia, o adolescente contou que atraiu a mãe da menina, uma mulher de 38 anos, e quando ela se aproximou começou a dar as facadas. A menina também desferiu os golpes contra a mãe.

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Ainda no depoimento, o menino disse que a mulher chegou a se trancar no quarto após as facadas, mas depois abriu a porta. Quando a menina e o namorado entraram, ela estava caída no chão sem vida.

Foto: Folha Vitória

Em 19 de agosto, um jovem invadiu a Escola Municipal de Ensino Fundamental Eber Louzada Zippinotti, no bairro Jardim da Penha, em Vitória. Henrique Lira Trad, de 18 anos, estava com um arco e flecha e deixou professores, alunos e familiares aterrorizados. 

Segundo informações da prefeitura da Capital, o suspeito tentou invadir a escola pelo portão, mas teve o acesso negado pelo porteiro. O rapaz, então, tentou forçar o portão a abrir, mas teve as tentativas novamente frustradas pelo profissional da portaria.

Depois disso, ele escalou a grade externa da escola, que dá acesso a um corredor de serviços, e conseguiu acessar as dependências da unidade de ensino. Ele foi visto por servidores, que correram para se esconder. A polícia foi acionada. Pessoas que estavam no local conseguiram detê-lo até a chegada dos militares.

Foto: Reprodução

Segundo a polícia, Henrique teria completado o último ano letivo na instituição em 2019. Para a polícia, ele contou que tinha a intenção de matar sete pessoas e, em seguida, iria provocar um confronto com policiais, que acabariam tirando a vida dele.

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A Sejus informou que o jovem está no Centro de Detenção Provisória de Viana (CDPV II).

Foto: Folha Vitória

Considera a maior tragédia registrada neste ano, os ataques que ocorrem em duas escolas de Aracruz, no Norte do Espírito Santo, deixaram quatro pessoas mortas e outras 12 feridas.

Um adolescente, de 16 anos, invadiu a Escola da Rede Estadual Primo Bitti e o Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC) na manhã de 25 de novembro. 

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O suspeito usou um carro no modelo Renault Duster, cor dourada e com as placas cobertas, para se locomover entre as escolas. Primeiro, ele entrou na escola estadual, onde atirou contra professoras. Duas delas morreram no local e uma terceira morreu no hospital.

Em seguida, ele entrou no carro e se dirigiu para a escola particular, onde entrou correndo e efetuou diversos disparos. Uma adolescente morreu.

O adolescente, que foi apreendido e confessou que planejou o crime por dois anos, usou uma pistola .40, que pertence a um tenente da Polícia Militar, pai dele, e um revólver calibre 38, arma particular do policial.

No inicio de dezembro, o adolescente foi julgado pela Vara da Infância e Juventude. O menor deve cumprir uma medida socioeducativa com o prazo máximo de 3 anos, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

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Reportagem: GABRIEL BARROS.
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