Polícia

Menino de 4 anos implorou para que mãe não fosse assassinada

Segundo a polícia, o crime foi planejado e teria sido motivado por uma dívida de R$ 10 mil. A criança ouviu a mãe gritar ao ser agredida e suplicou pela vida dela

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação/Sesp
Delegados detalharam o crime: arma usada para matar Igor Gabriel e sua mãe também foi encontrada

O menino Igor Gabriel de Ambrósio, de 4 anos, assassinado junto de Priscila dos Santos de Ambrósio, 36 anos, na última segunda-feira (15), na Serra, implorou a Ricardo Elias Santana, 44 anos, suspeito do crime, para que não matasse a mãe. 

A informação foi divulgada pela delegada adjunta da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher, Fernanda Diniz, durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (22). De acordo com ela, o crime já era planejado há pelo menos um mês. 

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Diniz relatou que a criança teria tentado proteger a mãe após ela ser atingida por uma marretada pelo suspeito. 

O crime ocorreu com a ajuda da companheira do suspeito, Iavelina Noemia de Oliveira, de 34 anos. 

"Eles foram até a casa da vitima, que estava com o filho de 4 anos. Nessa residência, enquanto a suspeita ficava com a criança, o suspeito entrou na varanda e conversava com a vítima, até o momento que com a marreta ele desferiu o primeiro golpe na cabeça. Ela gritou por socorro, o que chamou atenção do filho de 4 anos. O suspeito continua desferindo marretadas na cabeça da vítima e a criança entrou na varanda e passou a suplicar para que o autor parasse de golpear sua mãe", disse. 

Foi a partir deste momento que a criança também se tornou alvo de Ricardo, segundo a delegada, pois conhecia o casal.

A investigação aponta que o crime teria sido motivado por um empréstimo de R$ 10 mil. Priscila trabalhava como agiota e teria emprestado o dinheiro para Ricardo e Iavelina há cerca de um mês. O casal teria planejado o crime a partir do momento em que conseguiu o dinheiro. 

Como ocorreu o crime?

Foto: Montagem Folha Vitória

Segundo a Polícia Civil, o homem explicou que o casal foi até a casa da vítima com a justificativa de discutir como realizar o pagamento. 

No momento do crime, a suspeita teria ficado com o filho da vítima no quintal, enquanto o homem foi até a varanda e deu uma marretada em Priscila.

Sem que Priscila tivesse chance de se defender, Ricardo pegou o instrumento, que estava na cintura, e deu o primeiro golpe na cabeça da vítima.

Enquanto a mulher pedia socorro, o filho correu e pediu para o suspeito parar com as agressões. No total, foram desferidos 18 golpes de marreta em Priscila.

Entretanto, o homem percebeu que foi reconhecido por Igor, com isso deu oito marretadas na criança. Para a Polícia Civil, a mulher participou da organização e o suspeito foi o executor.

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Suspeito furtou objetos e escreveu carta

Após as execuções, o suspeito furtou objetos como pertences, joias e celulares. Além disso, também deixou um bilhete na cena do crime. 

Entretanto, a Polícia Civil destacou que a mensagem escrita teria sido realizada com o intuito de “confundir as investigações”.

Marreta pode ter sido utilizada em outros crimes

Segundo o delegado titular da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa da Serra, Rodrigo Sandi Mori, a marreta pode ter sido utilizada pelo casal em outros crimes.

"Além do homicídio da Priscila e do Igor, eles também são investigados por mais dois homicídios na Serra e também confessaram uma tentativa de homicídio que aconteceu em 9 de julho, seis dias antes do homicídio, também no interior de uma residência no bairro Nova Carapina I", explicou Sandi Mori.

O delegado destacou que a motivação para a tentativa de homicídio contra o idoso também foi financeira, pois a vítima também era agiota.

"Conheceu o suspeito do crime por um serviço de pintor que o suspeito realizou para essa vítima, e ela também era agiota. Emprestou R$ 4 mil para o suspeito do crime, a juros de 15% no mês de maio, e no mês de julho a dívida estava em R$ 8 mil. Para não quitar a dívida, o suspeito decidiu matar a vítima com o apoio da mulher", explicou o delegado.

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"Crime bárbaro", definiu secretário de Segurança Pública

O secretário de Estado da Segurança Pública, Eugênio Ricas, classificou o duplo homicídio de mãe e filho como “bárbaro”, que choca até mesmo os policiais considerados mais experientes.

"Crime bárbaro, que choca os mais experientes dos policiais. Por conta de dinheiro, dois monstros matam a marretadas uma mãe e uma criança de 4 anos. Isso mostra toda a crueldade, toda a monstruosidade que o ser humano é capaz", disse Ricas. 

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