Polícia

Passageiro agredido dentro de ônibus denuncia caso na Corregedoria da Polícia Militar

Wedson de Oliveira, que trabalha como operador de equipamentos, teve que ir à Corregedoria da PM para denunciar a violência que sofreu na frente da mulher e dos filhos

Wedson mostra os machucados após a agressão Foto: Marcelo Rosa/TV Vitória

O homem de 30 anos, agredido por dois policiais em um ônibus do Transcol, em Vila Velha, denunciou a agressão à Corregedoria da Polícia Militar na tarde da última quarta-feira (02).

A vítima, Wedson de Oliveira, trabalha como operador de equipamentos. Ele alega que nunca precisou entrar em uma delegacia de polícia, e teve que ir à Corregedoria da PM para denunciar a violência que sofreu na frente da mulher e dos dois filhos. “Eu passei por uma situação que pai de família nenhum precisa passar. Vi meus filhos chorando, horrorizados, vendo o pai delas apanhando sem dever nada”, disse.

Ex-usuário de drogas, Wedson abandonou o vício há seis anos. Ele e a família moram em Nova Rosa da Penha II, em Cariacica. 

O caso está sob apuração da Corregedoria da Polícia Militar. O depoimento de Wedson fará parte do processo na Corregedoria. 

Entenda o caso

O vídeo com policiais militares agredindo um homem causou repercussão nas redes sociais. As imagens, gravadas em um celular na tarde do último sábado no bairro Araças, Vila Velha, mostram um homem dominado e sendo agredido com golpes de cassetete e spray de pimenta por outro PM. As agressões só param quando as pessoas começam a protestar.

A vítima, o operador de equipamentos Wedson de Oliveira, contou que a agressão começou depois de que ele, que voltava para casa com a esposa e a filha, tentou entrar pela porta traseira do ônibus. Mesmo dizendo que pagaria a passagem, o trocador não acreditou e chamou a polícia. 

Após a confusão, Wedson foi levado para a delegacia. Lá os policiais contaram que Wedson havia batido no rosto de um deles, por isso aconteceram às agressões, mas o operador negou. 

Ação equivocada

A vítima afirma que, além de procurar a Corregedoria da Policia Militar, vai entrar na Justiça contra o Estado. “Vou procurar meus direitos. Não só os policiais, mas o cobrador também tem culpa”, disse.

Para o advogado Alex Wiliam, mesmo que o operador de máquinas tivesse começado a agressão, os policiais agiram errado, pois deveriam parar com as agressões a partir do momento em que Wedson foi imobilizado. Alex considera que os policiais cometeram dois crimes: abuso de autoridade e lesão corporal.

A Corregedoria informou em nota que irá abrir inquérito e apurar o que aconteceu.