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"ES vem se tornando um dos centros de evasão de dinheiro no país", aponta procurador do MPF

PF aponta que grupos empresariais lavaram dinheiro de origem criminosa por meio de movimentações de câmbio e de importações com valores subfaturados

Marcelo Pereira

Redação Folha Vitória
Foto: Marcelo Pereira/Folha Vitória

"O Espírito Santo vem se tornando um dos centros de evasão de dinheiro no país", declarou o procurador do Ministério Público Federal (MPF), Júlio de Castilhos, que nesta sexta (01) assumiu comando do Ministério Público Eleitoral no Estado.

A constatação foi dada durante coletiva de imprensa da Polícia Federal que, na manhã desta sexta-feira (01) detalhou esquema onde empresas de exportação são investigadas por movimentar de maneira ilegal mais de R$ 1,2 bilhão entre 2015 e 2018

A PF aponta que grupos empresariais lavaram dinheiro de origem criminosa por meio de movimentações de câmbio e de importações com valores subfaturados. 

"O que nós temos visto desde 2009 até agora é que um grande número de empresas de fachada tem sido criado para um fim específico de crime de evasão de divisas. A atividade ilícita nem é, muitas vezes, feita aqui no Espírito Santo, mas a remessa desse produto do crime, sim. Inclusive nós temos condenações na Justiça Federal por conta desse tipo de crime", reforçou o procurador.

Castilhos relembrou de outras cinco operações da Polícia Federal com apoio do MPF, que em 2009, 2010, 2012, 2015 e 2016, identificaram semelhanças.

Sempre é a mesma forma de agir: dinheiro, à princípio lícito, que vem para a empresa do Espírito Santo e, daqui, são celebrados contratos de câmbio para remeter esses recursos para o exterior. O MPF, inclusive, já denunciou várias outras empresas por conta disso, como a Getafe, que teve evasão de divisas identificadas no ano de 2009; Accord, em 2010; Comvest, em 2011, Prime Solutions (2012-2014); e Viver Logística, com fraudes identificadas em 2016. Isso mostra que há uma forte expertise aqui no Espírito Santo de doleiros aptos à remessa ilegal de divisas para o exterior”, destaca.

O procurador relembrou também que em 2015 o Banco Central encerrou uma distribuidora de títulos de valores imobiliários e quatro corretoras de valores. "Uma dessas corretoras, que movimentou R$ 3 milhões, tinha 99% de sua movimentação financeira com origem no Espírito Santo", apontou.

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