Quase 1,4 mil pessoas foram assassinadas em um ano no ES, diz anuário
No município da Serra, o tráfico de drogas é o principal motivo de tantas mortes, o que faz com que município lidere o ranking de homicídios na Grande Vitoria
A cada oito horas uma vida é perdida para o crime no Espírito Santo. É como se em 2015 quase que todos os moradores da Vila Rubim tivessem morrido. Foram 1.391 pessoas assassinadas. As mortes constam no Décimo Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
O tráfico de drogas é o principal motivo de tantas mortes na Serra, o que faz com que o município lidere o ranking de homicídios na Grande Vitoria, seguido de Cariacica. “Uma boa parte dos crimes tem como motivação o tráfico de drogas. Alguns casos acontecem com a tentativa de tomar o poder do tráfico, uma quadrilha tentando tomar o espaço da outra, outros são usuários de drogas que estão devendo para o tráfico e outros casos nós verificamos que era o sentimento de vingança”, explicou o delegado Marcus Vinicius.
Ao mesmo tempo em que a Serra é a cidade onde mais se mata, também é a que apresenta uma das maiores taxas de resolutividade da região metropolitana do Estado. Cerca de 60% dos homicídios foram elucidados no ano passado. Ao todo, 353 inquéritos foram concluídos.
O trabalho em conjunto da Polícia Civil e Polícia Militar conseguiu evitar mais 40 mortes neste ano, justamente porque contou com a participação da população na elucidação dos crimes. “Todos os homicídios que acontecem aqui na Serra nós fazemos as investigações e estamos procurando os autores. Contamos com a ajuda da população, pois é fundamental para ajudar no trabalho da polícia. Sem a ajuda da população nosso trabalho é dificultado”, destacou o delegado.
De julho deste ano até agora, a Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) da Serra e o Sexto Batalhão da Polícia Militar prendeu 110 homicidas. Mas quando a vítima não morre, quando acontece a tentativa de homicídio, a dificuldade de esclarecer o que aconteceu é um pouco maior.