Polícia

Rapaz baleado durante perseguição da PM estava trabalhando, diz esposa

A polícia disse que houve uma tentativa de assalto e que o suspeito teria atirado contra os militares. A esposa afirma que ele estaria realizando entregas

Foto: Divulgação

A família de um motociclista que foi preso, suspeito de trocar tiros com a Polícia Militar, na Rodovia Serafim Derenzi, em Vitória, contou outra versão do caso. De acordo com a PM, o rapaz estava tentando assaltar duas mulheres quando foi perseguido. A esposa dele nega tudo.

Raila da Silva, que está grávida de 6 meses, é casada com o rapaz que foi baleado na noite de terça-feira (1º). Segundo ela, o companheiro estava trabalhando com entregas para uma lanchonete que pertence à família. "Eu conversei com o Isaac e ele não tentou assaltar ninguém. Ele parou para pedir informação, porque trabalha como motoboy. As meninas se sentiram assustadas, não sei se é porque ele é negro, e acharam que ele iria assaltar. Ele saiu e passou uma viatura. Elas gritaram e os policiais foram atrás. Não deram ordem de parada e começaram a perseguição", disse a esposa.

A comerciante também explicou que ela faz cachorro-quente para vender e o marido, de moto, realiza as entregas. "Eu faço lanches e ele é o meu motoboy. Foram efetuados quatro disparos contra ele, sendo que dois atingiram a perna. Foi quando ele parou e foi descer da moto, quando tomou outro tiro no pé. Automaticamente começaram a bater nele, tanto que ele está todo machucado", relata.

Durante a fuga, de acordo com o relato da Polícia Militar, o suspeito teria atirado contra os militares. Raila afirma que o marido não possui arma de fogo. "Eles alegam que ele estava assaltando. Não tem vítima, não tem testemunha e, muito menos, roubo. Ele só parou para pedir informação. Não tem arma, ele estava trabalhando. Cadê a arma? Se ele jogou fora, a polícia deveria ter pego", questiona a mulher.

A Polícia Militar informou ainda que um policial efetuou um disparo que atingiu a perna do rapaz e ele caiu. Segundo a PM, o homem estava sem a arma. Os policiais teriam tentado fazer buscas pelo local, mas não conseguiram, porque os moradores quiseram agredir os militares. "Os moradores viram que ele estava trabalhando e começaram a atacar a polícia. Se ele fosse um bandido, a população estaria contra ele", disse Raila.

A Polícia Militar disse que vai instaurar um procedimento apuratório para verificar as circunstâncias da atuação dos militares, durante a ocorrência policial.

*Com informações do repórter Waslley Leite, da TV Vitória/RecordTV  

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