Candidatos apelam à trajetória contra a ditadura para sensibilizar eleitor

aliedo-domingoQuando não em promessas ou sem propostas concretas, os candidatos – a qualquer cargo, em todo canto do Brasil – têm apelado ao passado para indicar que farão um governo sem tiranias ou exercerão um mandato com prioridade à liberdade de expressão e direitos conquistados.

Por isso, é cada vez mais recorrente ver a presidente Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos lembrarem a ditadura militar – com biografias ou discursos. E não apenas os presidenciáveis embarcam nesse tema para sensibilizar e conquistar o eleitor.

Vez ou outra, em discursos ou entrevistas, a presidente Dilma cita torturas que sofreu durante o regime militar. Aécio e Campos rememoram a luta de seus avós perseguidos – Tancredo Neves e Miguel Arraes, respectivamente.

Nessa onda, alguns candidatos também recorreram a lançamento de livros biografias. Casos de José Serra (PSDB), que disputa o Senado, e o deputado federal Roberto Freire, presidente do PPS, que tenta reeleição – ambos por São Paulo.

Serra lançou recentemente a biografia Cinquenta anos esta noite – O golpe, a ditadura e o exílio. Freire, semana passada, levou às prateleiras o seu Roberto Freire – A esquerda sem dogma, com apresentação de Serra.

CALOTE-GUILHOTINA
Contas de campanha nem sempre fecham 100%, durante e depois da eleição. Mas fazem vítimas pelo caminho. Caiu o chefe do comitê da candidatura de Paulo Câmara (PSB) ao governo de Pernambuco, Renato Tièbeau.

Oficialmente, trata-se de uma mudança estratégica, avisaram os comitês – Tièbeau vai trabalhar com Eduardo Campos na campanha nacional em São Paulo.

Mas nos bastidores o frevo ferveu. Ele teria atrasado o pagamento dos advogados do comitê – grupo capitaneado por ninguém menos que o poderoso Antônio Campos, irmão do presidenciável que pediu sua cabeça.

Antonio Campos foi atendido de imediato pelo irmão, que longe de Pernambuco toca a campanha presidencial com foco no Sul e Sudeste, onde precisa ficar conhecido. O novo chefe do comitê é José Francisco Neto, que deixou a secretaria de Administração do governo João Lyra.

Procurado, o comitê não se manifestou. Antônio Campos indicou o escritório Canuto, Coutinho, Neves & Pugliesi – CNP Advogados para responder. Um diretor negou qualquer desavença em questões financeiras.

BAJULAÇÃO NA PISTA..
A que ponto chega a bajulação a ricos financiadores de campanhas: O deputado André Vargas (ex-PT) apresentou projeto de lei (6167/09), aprovado na Câmara, que dá à BR-277 entre Paranaguá e Curitiba o nome de Cecílio do Rego Almeida, o falecido patriarca do grupo CR Almeida, conhecido por construções e dono de pedágios.

Mas assim que o PL chegou ao Senado, o relator Álvaro Dias (PSDB), também do Paraná, lembrou que a homenagem é impossível porque a Casa Alta já aprovara em caráter terminativo o trecho da BR-277 como Rodovia Engenheiro Lysímaco Franco da Costa. Embora tenha lembrado a importância de Rego Almeida.

Com a morte do patriarca, anos atrás, os políticos paranaenses viraram amigos de infância do filho herdeiro, Marcelo Almeida (PMDB). Agora ele é candidato ao Senado pela chapa de Roberto Requião ao governo.

CALMA NESSA HORA
Episódios recentes dão evidências de que os candidatos a governos e a presidente estão à flor da pele, e precisam de media training e paciência. Candidato ao governo do Paraná, o senador Roberto Requião (PMDB) abandonou a entrevista na CBN de Cascavel ao ser questionado sobre as obras na BR-277.

A presidente Dilma faz cara brava para toda pergunta. No ‘quebra-queixo’, Aécio Neves fala o que quer e dá por encerrado o discurso, sem que ouça novas perguntas sobre o polêmico aeroporto. Em Brasília, o governador Agnelo (PT) deixou o palco durante o direito de resposta do adversário José Roberto Arruda (PE). Isso quando não dão uma ‘gravata’ em populares, como fez o candidato no Amazonas, Eduardo Braga (PMDB).

EVO & STROESSNER
O índio cocalero Evo Morales só tem cara de bobo. Prepara-se para disputar em outubro o seu terceiro mandato, embora a lei da Bolívia não permita. Ele alega que com a aprovação de outra Constituição no meio do seu primeiro mandato, a segunda gestão seria um novo mandato. Esse caso do Evo Morales lembra muito o que aconteceu com o general Stroessner no Paraguai. Mas lá era uma ditadura – embora, pelo que se nota, não será diferente na Bolívia se Evo insistir nisso, indicam opositores.

PERIGO REAL
Com essa crise na Argentina, não será surpresa se Cristina Kirchner nacionalizar a Petrobras como fez Evo Morales com refinaria na Bolívia, para recuperar o moral com o povo. Governo da Província da Patagônia cobra investimentos da unidade brasileira lá, divulgou o Clarín. Foi assim que começou com Evo.

CADÊ?
O PSDB está surpreso com Daniel Coelho, bancado pelo partido na disputa pela prefeitura do Recife. Ele quase venceu a eleição e teria bom recall. Mas sem a cobrança de Sérgio Guerra, falecido, o partido em Pernambuco submergiu na disputa majoritária.

E SÃO IRMÃOS
O empresário Eduardo Monteiro, usineiro e dono de jornal, e o candidato Armando Monteiro (PTB), líder na intenção para o governo de Pernambuco, são irmãos. Mas só cresce a inimizade entre ambos. Só não vão às vias de fato porque trocam de calçada no Recife.

POLÍTICA É ISSO AÍ
O governador João Lyra e o seu chefe da Casa Civil, Luciano Vazques, não falam, claro. Mas devem estar comemorando os irrisórios 11% de Paulo Câmara (PSB) ao governo. Lyra queria ser o candidato de Eduardo Campos, que preferiu lançar o novato.

SUMIU
O ministro decano Celso de Mello é o único integrante do STF sem o currículo publicado na página oficial da Corte. Merece divulgar, pela extensa e boa carreira.

FUMAÇA NA FRONTEIRA
Crescem flagrantes da PF na fronteira de cigarros contrabandeados do Paraguai. São na maioria da Tabesa, empresa de propriedade do.. presidente Horário Cartes.

COM O SEU, O NOSSO
Além do Porto de Mariel, com doação e financiamento, a União financiou US$ 176 milhões para reforma de aeroportos regionais da ditadura dos Castro: Havana, Santa Clara (centro), Holguín (oriente), Cayo Coco (na costa norte) e Cayo Largo (costa sul).

LUTO
Mais um jornalista assassinado no México. O repórter do Canal 9 Nolberto Herrera Rodríguez foi esfaqueado 20 vezes. Suspeita-se de crime encomendado por cartel do narcotráfico.

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Com Equipe DF, SP e Nordeste

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