Nome potencial do PMDB como candidato a presidente da República após 28 anos, para daqui a três anos, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, vive um dilema. Sente-se afagado pela cúpula da legenda ao passo que, conhecedor dos seus pares e de experiências passadas, já mandou o recado: não quer ser bucha para futuras negociações de aliança. ‘Se for, quero ser candidato para valer’, disse Paes há poucos dias a aliados do Rio. Mas este é o plano B. Paes está no segundo mandato e o plano A é suceder Luiz Fernando Pezão no governo do Estado.
A citação de Paes como cotado para 2018 não é um movimento carioca da legenda. Foi cotado por Eduardo Cunha e Pezão, mas também pelo senador Valdir Raupp.
Ocorre que o PMDB pós-Paes não tem candidato forte ainda. Os dois cotados são Pedro Paulo, secretário da Prefeitura, e o líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani.
Estima-se que outros candidatos do Rio serão Marcelo Crivella (PRB), Marcelo Freixo (PSOL) e o hoje vereador Cesar Maia (DEM), ex-prefeito por quatro mandatos.
Levy cresce
Enquanto Joaquim Levy se ajeita no cargo para não ser atropelado pela presidente Dilma, como ela fazia com o antecessor dele, Guido Mantega, ministros palacianos lembram que a condução está como o esperado. Só havia duas opções fortes, que animavam os banqueiros – quem realmente manda na economia: Levy e Trabuco.
Trabuco sobe
Primeira opção de Dilma, Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco que fez carreira no bancão, não aceitou porque teve a notícia de que sucederá o fundador do banco, Lázaro Brandão, na presidência do Conselho a partir de 2017.
Alto astral & inferno vermelho
Enquanto o PMDB articula pacificamente, das hostes à cúpula, um nome nacional para 2018 – até porque poucos ali se salvam – continua a briga velada, mas forte, entre o ex-presidente Lula e Aloizio Mercadante pelo controle do Palácio (e da inquilina).
Mas não é segredo entre petistas que, se houver convenção daqui a três anos para decidir quem será o candidato, Lula dá uma lavada em Mercadante. A conferir.
Lava Jato
Está crescendo a ciumeira entre as corporações. Os procuradores tomaram de vez o lugar dos delegados como os xerifes anticorrupção, justo na maior das operações.
Tem mais
A Polícia Federal, que já investiga as contas secretas na Suíça, analisa lista do COAF desde a sua implantação, em 1998, para filtrar possíveis remessas ilegais. O Swissleaks é o vazamento apenas dos clientes do HSBC. Ou seja, os 8 mil brasileiros com contas no exterior são apenas de um banco. A suíça tem 200 bancos.
Mais consciência
Pelo terceiro mês consecutivo, a Intenção de Consumo das Famílias, apurada pela Confederação Nacional do Comércio, atingiu o menor nível da série histórica. A ICF de março registrou quedas de 6,1% junto a fevereiro e 11,9% em relação a março de 2014.
Dados de março da IFC mostram que o nível de confiança das famílias brasileiras diminuiu em todos os níveis salariais: a confiança das com renda abaixo de 10 salários mínimos mostrou queda de 5,7% na comparação mensal, e a das famílias com renda acima de 10 salários apresentou recuo, de 7,8%, na mesma base comparativa.
Fibra na rede
Um pesquisador descobriu como a internet ajuda a divulgar, mas também atrapalha, quando há má informação. Notou que em sites há duas versões, com troca de palavras ‘perigo’ e ‘inimigo’ em versos, do hino Fibra de Herói, conhecido dos militares.
Curto-circuito
Causou um climão no PSDB que vai durar o fim de semana o elogio prolongado do governador goiano Marconi Perillo à presidente Dilma. Para quem recebeu R$ 2 bilhões da Eletrobras em cash para salvar a companhia estadual de eletricidade, foi até pouco.
Controle remoto
Bastou o problema ser citado no Fantástico da TV Globo para a Câmara desengavetar um projeto parado desde 1999. O deputado Pompeu de Mattos (PDT-RS) reapresentou ideia do ex-federal Enio Bacci sobre punições para quem retransmitir propositadamente o virus da Aids em materiais ou no ato sexual.
O Projeto de lei 198 de 2015 será relatado pelo deputado Marco Tebaldi e torna crime hediondo o ato proposital. Eduardo Cunha vai dar prioridade na pauta.
Verde & água
Principal estância turística no eixo Brasília-Goiânia, a pequena Pirenópolis (GO) tomou iniciativa ainda não discutida em muitos municípios e fundamental em tempos de crise hídrica. O secretário de Meio Ambiente, Arthur Abreu, iniciou reflorestamento de nascentes e limpeza permanente do rio das Almas, que corta a cidade.
A partir de segunda-feira, a secretaria vai multar moradores e comerciantes com rede clandestina. O reflorestamento envolve voluntários, em especial alunos da rede pública. E implantação de cinco pontos voluntários de coleta seletiva de lixo.
Segue assim o exemplo da pequena Extrema, município do Sul de Minas Gerais que iniciou há 10 anos recuperação de margens e nascentes. Seu manancial corre para SP Paulo e é responsável por 30% do abastecimento do sistema Cantareira.
Debate da crise
Não só de críticas sobrevive a oposição. Três partidos tomaram a iniciativa de usarem suas fundações de estudos para promover um ciclo nacional de debates. A Fundação João Mangabeira (PSB), Astrogildo Pereira (PPS) e Herbert Daniel (PV) lançam o Diálogo Brasil – reflexões sobre a crise e os caminhos democráticos. Terá cinco edições nas cinco regiões do País, com estreia amanhã em Brasília.
Com equipe DF, SP e Nordeste
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