O governador do Acre, Tião Viana (PT), o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB), e o presidente boliviano Evo Morales pretendem se reunir em Julho para oficializar a construção da usina hidrelétrica binacional Brasil-Bolívia no rio Madeira, com barragem em território boliviano. As negociações avançam entre os setores energéticos dois países, e a obra está orçada em R$ 15 bilhões, com previsão de gerar 3 mil MW. O modelo deve seguir Itaipu (parceria com o Paraguai) – se concretizada, a Bolívia deve vender energia excedente para o Brasil.
O mistério é que o projeto é de 2011, custava R$ 5 bilhões, pelos cálculos do governo boliviano, com previsão de ficar pronta para este 2015, gerando os mesmo 3 mil MW.
Por falar no Paraguai, o país divulga no site (do lado de lá) os nomes de seus funcionários e diretores, com salários em Itaipu (confira no link https://bit.ly/1FzcSPT )
De Marconi Perillo (GO) sobre se candidatar ao Planalto: ‘Quem falar nisso hoje vai comprar briga no seu partido, nos outros partidos e com a presidência da República’.
Funai vai construir sede
Está sobrando dinheiro na Fundação Nacional do Índio, que vai construir uma sede na Quadra 903 Sul, área nobre de Brasília, num lote que pertence à entidade. A despeito do esforço do Planalto para redução de despesas e com corte de 15% em seu Orçamento, o presidente da Funai, Flávio Chiarelli, assinou portaria que cria grupo para concretizar o projeto.
Atualmente a Funai ocupa um edifício de 15 andares, alugado por mais de R$ 1 milhão por mês de uma empresa – curiosamente o contrato acaba de ser renegociado para R$ 800 mil/mês, excluindo uma gordura de 33,7% do valor anterior, com validade até Junho de 2016.
A Portaria 386 da presidência, de 14 de maio, constituiu a ‘Comissão do Programa de Necessidades de Construção do Edifício da Nova Sede’. Sete servidores da Funai foram incumbidos de preparar, em 40 dias, um plano com ‘requisitos básicos’ para suporte ao projeto arquitetônico.
Longe dos nativos, a Funai se esforça para atender tribos. Tem dificuldade para manter serviços das áreas finalísticas – apoio a aldeias em várias frentes. Mas terá sede própria. A assessoria informa que ainda não há previsão orçamentária e nem o tipo de contrato para a construção. Aguarda ‘estudo mais aprofundado do custo/benefício’.
Drible regimental
O deputado Jean Willys (PSOL-RJ) manobra com respaldo do regimento para tirar do evangélico linha dura João Campos (PSDB-GO) a relatoria de um projeto seu. O PL 882/15, que legaliza o aborto, está apensado ao 313/07, nas mãos do deputado tucano.
Em tempo, João Campos, ex-delegado, é autor do polêmico (e enterrado) projeto da Cura Gay via tratamento psicológico, e adversário figadal do homossexual Wyllys.
Campos já tem parecer contra. E o deputado Sóstenes (PSD-RJ) vai apelar ao presidente Eduardo Cunha (outro evangélico) para que descarte o pedido de Jean Wyllys.
Papo azeitado
O governador tucano Marconi Perillo, de Goiás, conseguiu o que queria – o afago da cúpula do PSDB, que o havia isolado. A aproximação de Marconi com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, e a possibilidade de migrar para o novo partido, acendeu o alerta no tucanato. Marconi voltou de Nova York manso, e diz agora que não deixará o PSDB.
O governador encontrou em NY os senadores Aécio Neves, José Serra, Tasso Jereissati e o ex-presidente FHC. Algo aconteceu na cidade para Marconi mudar de ideia. O que foi, ainda é mistério. Mas não se descarta a promessa de uma vice na chapa presidencial do PSDB em 2018. Aécio e Serra sempre foram entusiastas da chapa puro-sangue.
Batom & Poder
Passe ou não a emenda 37 na reforma política que institui a cota para mulheres nos Legislativos, o debate joga luz ao fato de elas atuarem em alguns episódios, mesmo figurando à sombra de maridos mandatários ou empresários.
Dona Risoleta Neves, mulher de Tancredo, vez ou outra era consultada para decisões; Dona Mora, companheira de Ulysses Guimarães, participava de reuniões em casa, e palpitava. Há dias, a esposa do deputado Sérgio Reis idealizou seu primeiro PL.
Pátria Mãe..
O Exército Brasileiro doou 20 caminhões Mercedes modelo 1418 para o Paraguai, num acordo de cooperação militar. O Congresso Nacional – o de lá e o daqui – ainda não aprovaram, como regra, mas os veículos atravessaram a fronteira pela estrada de Itaipu.
O Brasil não tem munição para uma hora de guerra, manda soldado para casa para economizar alimento na caserna e ainda reformou os caminhões antes da entrega.
Como qualquer doação, mesmo em cooperação militar, o Congresso deve dar aval. Foi assim com um navio fragata para a Namíbia, e aviões Super Tucano para Moçambique.
Sangria financeira
O federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) apresentou dois requerimentos – à AGU e ao Ministério do Trabalho – cobrando posição dos órgãos sobre o processo de recuperação de valores desviados da autarquia Conselho Federal de Enfermagem, alvo do TCU.
Primeira de Alves
Pirenópolis (GO), terra das cachoeiras onde FHC tomava cerveja à beira da calçada quando presidente, vai ganhar o maior centro de convenções do Centro-Oeste, pelo Ministério do Turismo. Projeto antigo, será Henrique Alves quem vai tirar do papel.
Pessoa(s)
Ninguém no PSDB entende os movimentos autorizados por Aécio Neves, sem suas digitais, para indicar o deputado Izalci como interventor na direção do partido do DF. O rival deputado distrital Raimundo Ribeiro é o preferido dos militantes.
Segredos de Estado
Não se ouve falar mais no Senado na Comissão de Controle das Atividades de Inteligência. Pelo menos 24 parlamentares, entre senadores e deputados, lêem inéditos relatórios secretos da Agência Brasileira de Inteligência e do GSI da Presidência.
Segredos de La Paz
Já está nas mãos do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) o Ofício nº 53, resposta sigilosa enviada pelo Itamaraty sobre o processo disciplinar contra o diplomata Eduardo Saboya – o que ajudou o senador boliviano Roger Molina a fugir de La Paz.
Bancada Prado
O deputado petista Weliton Prado (MG) deve sair do partido. E daí? O PT deve se preocupar. A família inteira está na política no Triângulo mineiro. O irmão Ismar Prado (PT) é vereador, e há dois irmãos estaduais: Liza Prado (PROS) e Elismar Prado (PT).
Novela da vida real
Nem a poderosa emissora, que arrecada bilhões por ano, escapa dos efeitos da crise. A TV Globo extinguiu há poucos meses o banco de locação, cadastro de imóveis de luxo, do campo à praia, usado para tomadas de novelas e seriados. Agora, só no Projac.
Boa ideia
O deputado Brunny (PTC-MG) apresentou o PL 1630/15 que obriga os prefeitos que forem cassados a bancarem do próprio bolso, para o TSE, a eleição suplementar.
Com Equipe DF, SP e Nordeste