Os aliados de Aécio Neves, presidente do PSDB, estão surpresos com a desenvoltura de articulação do governador Geraldo Alckmin, e indicam que o paulista quer forçar o PSDB a escolher entre ele e o senador mineiro na candidatura presidencial de 2018.
Alckmin articulou a posse dos suplentes José Pena (PV) e Roberto Freire (PPS) na Câmara, chamando deputados eleitos para secretarias, e assim ganhou adesão dos dois partidos ao seu projeto. Além de ter o PSB de São Paulo na gestão. O paulista está somando tempo de TV para apresentar à mesa da executiva em 2018.
Mas enquanto isso, mineiramente Aécio mantém o controle do partido: é o presidente, detém apoio da grande maioria dos delegados e tem o Senado como vitrine. Aecistas e alckmistas consideram positivas as movimentações veladas do senador e escancaradas do governador. Dizem que não há racha e isso é bom para o partido.
PSB + PPS, o retorno
A iminente aprovação da ‘Janela’ de 30 dias para troca de partido reanimou o PSB a retomar a negociação com o PPS pela fusão. O cenário foi avaliado em reunião da executiva nacional do PSB na última quinta-feira.
As tratativas pararam em especial por ciumeira do PSB de Pernambuco – leia-se Geraldo Júlio (prefeito do Recife) e Paulo Câmara (governador), pupilos do falecido Eduardo Campos temiam ser alijados. Com a ‘Janela’, que vai liberar o troca-troca partidário no segundo semestre, os socialistas acreditam que a bancada vai se fortalecer.
A cúpula do PSB foi a Pernambuco e conversou muito com os herdeiros de Campos. Assegurou-os de que farão parte de todo o processo. Há outro fator que ajuda o plano do PSB – o PPS está definhando no Congresso, e pode perder a maioria de seus parlamentares com a ‘Janela’. A fusão será a solução.
A despeito das alianças regionais, já cravou que terá candidato a presidente em 2018.
Reunião do fim do mundo
Desde fevereiro, após a ‘reunião do fim do mundo’, assim apelidada nos corredores da holding, Marcelo Odebrecht temia ser preso pela PF. À ocasião, os diretores das empresas disseram que, se o pior ocorresse (a prisão), eles tocariam o grupo com esmero para proteger a herança de Marcelo, revelou a coluna dia 20/2.
As perguntas da semana serão: quanto tempo Marcelo Odebrecht ficará preso? Algum ministro do STF vai conceder habeas corpus em decisão monocrática? E, principalmente, Odebrecht vai entrar em delação premiada?
Não foi apenas a delação, mas também um contrato para lá de suspeito que ficou na mira do MP Federal: a Odebrecht receberia US$ 800 milhões (R$ 2,4 bilhões) para conservação ambiental de todas as unidades da Petrobras no País e no mundo. Graças Foster, ex-presidente, conseguiu rever o valor para US$ 400 mi.
Redução, mas nem tanto
Quem lembra é o deputado e advogado Marcos Rogério (PDT-RO): na famigerada PEC da Redução da Maioridade, o texto final não determina a redução para 16 anos, mas sim a Excepcionalidade para Punibilidade para crime hediondo, homicídio doloso, lesão corporal grave e lesão seguida de morte cometidos por menor de 18 e maior de 16 anos.
No juridiquês, pela nova proposta consensual na Câmara, a maioridade penal continua aos 18 anos, com exceção para estes casos. O deputado lembra que era assim no Império, e, se passar, caberá ao juiz avaliar cada caso pelo ‘critério do discernimento’.
Foi pro espaço!
O Governo há décadas tem mania de jogar dinheiro água abaixo ou para o espaço – quase literalmente agora. Investiu mais de US$ 1 bilhão no foguete Cyclone-4, que não saiu do chão. Cancelou o programa, mas não formalizou fim da parceria com a Ucrânia.
O deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG) apresentou requerimento ao Itamaraty sobre o fim do tratado. Em dezembro de 2013, o Governo se meteu em outra trapalhada espacial, e fez R$ 300 milhões sumir pelos ares: o satélite sino-brasileiro, lançado na China para mapear desmatamento no Brasil, subiu o suficiente para cair no mar.
Indio quer jazidas
Presidente da comissão especial do projeto de exploração mineral em terras indígenas, o deputado federal Indio da Costa (PSD-RJ) – que não é índio – pediu à assessoria levantamento de todas lavras e jazidas nas reservas do País.
O deputado pretende rejeitar as dezenas de emendas ao projeto e discute cada item com os deputados para um relatório consensual. O mapa deste tesouro está em Roraima.
Nem tão aliado
O governador de Minas, Fernando Pimentel, faz um esforço tremendo para levar o PMDB de fato para sua base. O partido controla a Assembleia Legislativa e tem dificultado a vida do petista. Agora, o PMDB quer lançar Leo Quintão à prefeitura, outro fator que não está nos planos de Pimentel.
Fila da ducha!
A situação já era ruim na carceragem da PF em Curitiba, com os ex-deputados Luiz Argôlo e André Vargas deprimidos, e fica pior hoje. Com instalações pequenas para a quantidade de gente encarcerada, só é permitido um banho no fim de semana.
Turma da fé
O conhecido pastor Silas Câmara reúne a bancada evangélica e mais de 3 mil pastores da Assembleia de Deus num encontro nacional em Manaus no dia 29 de junho. Eduardo Cunha e o senador Magno Malta (PR) confirmaram presença.
O ‘Dilmo’ de Lacerda
O prefeito de BH, Marcio Lacerda, avisou aos aliados tucanos que pretende lançar Josué Valadão (PSB) à sua sucessão. É o secretário de Obras e Infraestrutura.
Amansou a fera
O ex-presidente FHC conversou muito com o governador Marconi Perillo em Nova York mês passado. O tucano goiano ameaçava deixar o partido. Voltou manso.
Recorde de recall
A série de recall de veículos publicada nos jornais revela o Efeito China – as peças fabricadas lá e (nem sempre) encaixadas nas montadoras nos EUA e Europa.
E o foro?
Nenhum partido, nenhum político, com tantas emendas na reforma, incluiu o fim do foro privilegiado para mandatários. Esta seria a principal reforma política.
Esperando Pizzô
O mensaleiro Henrique Pizzolato, assim que extraditado, vai dividir a cela com o ex-deputado Natan Donadon, na nova Ala de Vulneráveis, no complexo da Papuda.
Paquera no cantinho
Alckmin deve lançar candidato do PSDB à prefeitura de SP, mas está fechadíssimo com Marta Suplicy (disputará pelo PSB), em caso de ela ir ao 2º turno contra outro partido.
Ponto Final
A missão de senadores à Venezuela foi apelidada de Apollo 13 – teve problemas no caminho, não alcançou o objetivo, mas voltaram todos salvos e com repercussão internacional.
Com Equipe DF, SP e Nordeste
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