Uma gafe militar que colocou em risco a soberania nacional é tratada em sigilo pelas Forças Armadas e o Ministério da Defesa. Aconteceu há dias. A exemplo do que fazem as potências militares da Organização do Tratado Norte, o Exército Brasileiro decidiu testar seu sistema de guerra eletrônica e desafiou hackers a o invadirem. E os piratas online acessaram a intranet. Um dos hackers teve acesso a senha e email institucional de 10 mil militares, segundo fonte. Procurada, a assessoria do Exército não respondeu.
Instalou-se um ‘Deus nos acuda’ no QG em Brasília e no Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica em Sobradinho. Oficiais e especialistas foram chamados às pressas.
A turma de veteranos em tecnologia que brecou o vazamento ficou pasma ao descobrir que altos oficiais usavam senhas como ‘mamãe’ e ‘exercito’ no email institucional.
Procurada, a assessoria do Exército informou “que o assunto está sendo tratado pelo Centro de Coordenação para Tratamento de Incidentes de Rede do Exército e que o incidente não comprometeu os sistemas estratégicos de defesa”.
O rei da cela e os súditos
Após o terceiro pedido de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro, o comportamento do empreiteiro Marcelo Odebrecht mudou no complexo médico-penal de Pinhais (PT), com a certeza de que não sairá tão cedo. Vive turrão, desobedece regras da carceragem e faz ar de deboche para agentes, segundo relatos de policiais. Em alguns casos, cruza os braços em vez de posicioná-los à frente do corpo, quando os detentos andam em fila. As retaliações são banho frio e atraso na entrega das refeições, para todos os presos.
Apesar dos ‘castigos’ impostos pelos agentes, nenhum colega de cadeia de Odebrecht ousa reclamar com os carcereiros ou enquadrar o detento-rei.
O consenso entre os lobistas e executivos presos é que um dia todos serão soltos, e eles sabem do poder político e econômico de Odebrecht aqui fora. O tratam como reizinho.
Mistério na tragédia no Bradesco
A cúpula do Bradesco foi pega de surpresa com a viagem dos executivos Lúcio Flávio de Oliveira (Vida & Previdência) e Marco Antônio Rossi (Seguros) que morreram na queda do jatinho do banco em Minas. Há uma recomendação interna para que altos executivos não compartilhem o mesmo voo – privado ou comercial.
Horas antes do acidente fatídico, os executivos visitaram a Esplanada. Ambos estiveram com Tarcísio Godoy, secretário executivo do Ministério da Fazenda. Sozinho, Rossi também passou na Casa Civil para um café com o ministro Jaques Wagner.
Aliás, não há na história de registros da Cessna dois acidentes com seus jatos em apenas 14 meses. Em agosto passado, foi uma aeronave da fabricante que matou o presidenciável Eduardo Campos e a equipe em Santos.
O acidente já é um mistério para a Aeronáutica, que investiga. Nada contribui para a queda: jato seminovo, tecnologia de ponta, pilotos experientes e tempo era bom.
Baixinho ‘malandro’
O Senador Romário fez armadilha para os presidentes de federações convidados a depor na CPI do Futebol, mas não caíram. No termo de comparecimento, há dias, a lista de assinaturas previa que eles deveriam falar a verdade, sob pena de serem presos na hora.
Alertados por advogados, os cartolas não assinaram: Eram convidados (não convocados). Para auxiliá-lo na CPI, Romário levou o consultor legislativo Marcos Santi, expert em Direito e desafeto do presidente Renan Calheiros, amigo dos cartolas.
Rasante no preju
As companhias aéreas correm risco de falência técnica. Lobistas das cinco maiores entregaram estudo a deputados: com dólar a R$ 4, os custos sobem 24% este ano, enquanto as receitas aumentam apenas 3,7%. Em 2014 houve recuo de 7% de receita das cinco maiores (R$ 1,9 bilhão). Em 2015, espera-se 32% negativos (R$ 7,3 bi).
O sincero
O menos deprimido no xadrez da Lava Jato é o petista e ex-deputado André Vargas, amigo do peito do doleiro Youssef. Brinca com os colegas (até irrita), conta quem viu. Vargas criou grupo para jogar Buraco (o baralho). Certo dia um agente perguntou quem ganhava. ‘Aqui ninguém ganha, só tem político e empreiteiro!’, disse o petista.
O preço do lucro
Veja como a Vale se esforçou, de um ano para cá, em economizar na extração em prol do lucro. A mineradora gastava US$ 58,50 para reaproveitar finos ou resíduos gerados na extração do minério – inclusive em Minas Gerais. Hoje, o custo, incluindo o transporte até a China, está em US$ 34,2 (queda de 41,5%).
A Vale atua para reduzir o custo diante da competição com as mineradoras da Austrália, que têm 22 dias de vantagem na entrega de navio à China, a maior compradora.
Te cuida, Marcão
O deputado Takayama (PSC-PR), nocauteado pelo motorista do senador Delcídio, retornou à Câmara após três semanas de licença médica. Ele passa bem. Passa bem acompanhado, de perto, por um discreto guarda-costas. Ninguém nota.
O amor e o Poder
O deputado federal Miguel Corrêa (PT-MG) está apaixonado. Namora a ex-BBB Letícia Santiago e não tem economizado em frete de aeronaves e viagens. Ele é o preferido do governador Fernando Pimentel para disputar a prefeitura de Belo Horizonte.
A conferir
A PF pediu pela quarta vez prorrogação por 60 dias para investigar suposta ligação do senador Renan Calheiros com lobistas da Lava Jato. Depoimentos ainda não se sustentam. Tem gente que acompanha a investigação e aposta no arquivamento.
PP treme
A bancada do PP está alarmada com a decisão do ex-presidente do partido Pedro Corrêa em negociar delação e entregar o que sabe sobre propinas do petrolão para os ‘pepistas’. Um dos deputados mais próximos de Corrêa é o mineiro Luis Fernando Faria.
Encrenca trabalhista
Os escritórios de contabilidade Brasil adentro estão com serviço extra (e lucro) após a mudança nas regras do Ministério do Trabalho que proíbem o pagamento de seguro desemprego a quem for sócio (mesmo que minoritário, de 1%) em empresas.
“Xô, crise”
“Xô, crise”, assinada pela MKT Public, é slogan que surge hoje em outdoors e bancas de jornais do Rio. O objetivo dos criadores – publicitários e gráficos – é animar os empresários que reduziram gastos em propaganda e apontar as vendas como saída.
Inferno astral
A Assembleia do Paraná vota na terça proposta que anula o título de cidadão honorário do ex-ministro José Dirceu. Nesse ritmo, apenas Cuba o reconhecerá, como guerrilheiro
Libera geral
A Associação Brasileira dos Bingos incluiu ‘Cassinos e Similares’ no nome, confiante de que o Congresso e a presidente Dilma estão prestes a autorizar a volta das casas.
Sonho americano
Roseana Sarney, que mora em Miami desde dezembro, cuida da saúde, mas com os dois olhos na política maranhense. A ex-governadora quer disputar a Prefeitura de São Luís.
Anexo assombrado
Ruídos de mesas, gemidos e suspiros são ouvidos nos gabinetes do oitavo e nono andares do Anexo IV da Câmara nas noites de sexta. Muitos faxineiros estão com medo.
Ponto Final
A direção da Vale é visionária. Agora entende-se por que extinguiu o Rio Doce do nome da empresa.
Com Equipe DF, SP e Nordeste