Temer sem medo

O presidente Michel Temer está a cada dia mais disposto a ceder ao canto de seus consultores e se lançar à reeleição para o Planalto, a despeito do histórico índice de rejeição ao seu nome. Ministros do Planalto, assessores e marqueteiros tentam convencê-lo a se candidatar e apostam que ele tem chances de ir ao 2º turno. Indicam a falta de um candidato da base e a ausência de Lula da futura disputa. Cauteloso, Temer sorri em silêncio. Sabe de seu desafio. Em 2006, quase não se elegeu deputado federal, quando obteve 99.046 votos, e entrou ajudado pelo sistema proporcional da coligação.

Olho no giroflex

Há um fator que pode pesar na decisão de Temer. Ele precisa de foro privilegiado, diante da situação judicial-policial.

Saída honrosa

Os entusiastas da candidatura apostam em dois cenários: mesmo se perder, Temer mostra algum poder, e pode ser convidado para ministro, o que lhe manteria o foro.

A dupla

O plano de Temer, conforme citamos, é testar dois nomes: Henrique Meirelles (PSD), da Fazenda, e Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara. Com o MDB de vice.

Cerco ao $istema

A suspeita de desvio de dinheiro do SESC e SENAC, que levou à prisão do ex- presidente da Fecomércio-RJ Orlando Diniz, reforça apuração da Comissão de
Transparência do Senado sobre o destino das contribuições públicas às entidades do Sistema S (SESI, SESC, SENAI, SENAC e SEBRAE).

Auditoria oficial

A pedido dos senadores, o TCU realiza há sete meses auditoria nas 229 entidades que integram o Sistema S que, só em 2017, receberam mais de R$ 32 bilhões. No acórdão que deflagrou a fiscalização, o Tribunal apontou que “potenciais desvios ou má aplicação desses recursos impactam negativamente na atuação desses entes”.

Na gaveta

Enquanto enrolados ensaiam a candidatura a Palácios ou Parlamento, bailam em gavetas do STF e do Congresso, sem avanços, as ações e propostas de fim de foro privilegiado para todos os cargos eletivos e do Executivo. O Supremo travou o julgamento.

Pé na areia

Candidato a deputado federal, o ministro Moreira Franco tem ficado mais no seu Rio de Janeiro, em articulações, que em Brasília.

O substituto

Prestem atenção no silêncio ensurdecedor de Jaques Wagner (PT), há meses, no cenário eleitoral. Na sexta, a Justiça arquivou o último inquérito contra ele no TRE da Bahia.

Reprovado

O tema Segurança não traz boas recordações a Temer. Na década de 80, quando comandava a Secretaria em São Paulo, no Governo de Franco Montoro, enfrentou duros protestos de delegados após elevar a PM à categoria de autoridade policial.

Sem apoio

Os delegados paulistas pediram, em manifesto, a queda de Montoro e de Michel Temer, à época chamado de “secretário sinistro”. O emedebista classificou o movimento como “nitidamente político” e se manteve no cargo.

Regalia educacional

A União entrou na briga para acabar com regalias no Judiciário ao se manifestar, no STF, contra o pagamento de auxílio no valor de R$ 3,5 mil a membros do Ministério Público estadual do Rio de Janeiro. O crédito custeia educação de seus dependentes.

PGR + AGU x MP

A validade do auxílio educação é questionada pela Procuradoria-Geral da República por meio de Ação Direta de Inconstitucionalidade à qual a AGU se aliou frisando a “crise econômica enfrentada pelo Estado do Rio – situação de ‘calamidade pública’”.

Ponto Final

“A falta de transparência mais a impunidade é igual à corrupção, e eu tenho dito isto a vida toda”

Do senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), sobre o Sistema S.

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