O presidente Jair Bolsonaro se antecipou à bomba da saída do ministro da Justiça,
Sérgio Moro. Com uma base governista fraca e diante de um cenário cada vez mais
tenso junto ao Congresso Nacional, desde 1º de abril o presidente vem abrindo a porta do
gabinete para partidos do chamado Centrão. Bolsonaro conversou pessoalmente com os
presidentes do Progressistas (ex-PP, no qual já desfilou), Ciro Nogueira; MDB, Baleia
Rossi; PSD, Gilberto Kassab; DEM, ACM Neto. Bolsonaro articula o apoio definitivo
das bancadas desses partidos para se blindar contra um impeachment. Essa aproximação
deve-se ao esforço do ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.
Sinais
No fim de semana, Efraim Filho (DEM) e o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi,
já soltaram um discurso de ‘cautela’ sobre acusações de Moro contra Bolsonaro.
Bem perto
Roberto Jefferson e Valdemar da Costa Neto, donos do PTB e PL, respectivamente, já
indicam fechar com o presidente. Bolsonaro já tem perto de 400 deputados na base.
Pé do ouvido
ACM Neto tem repetido a amigos, há semanas, que não é bom para o DEM e o País o
belicismo verbal do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, contra Bolsonaro.
Moeda valiosa
O ministro do Desenvolvimento Regional (pasta que já foi Cidades, em Governos
anteriores), Rogério Marinho, passou duas vezes pelo Palácio na última semana e ouviu
indicativos de que pode dançar do cargo. Bolsonaro estuda entregar a pasta, numa
minirreforma ministerial, ao Progressistas de Ciro, ou ao PSD de Kassab.
Oi, patrão
O deputado federal Fábio Faria (PSD-RN), um parlamentar de baixo clero, esteve com o
presidente Bolsonaro no gabinete presidencial pelo menos cinco vezes apenas este mês.
Vem a ser genro do dono do SBT, Silvio Santos. Nem o vice-presidente Hamilton
Mourão teve o privilégio.
Queimação
Bolsonaro reclamou com ministros palacianos da atuação do ex-ministro Sérgio Moro
no Congresso Nacional. Para o presidente, Moro cedia demais no debate com a
oposição, e entregou ao PT até relatorias de projetos importantes do Palácio.
Já esqueceram
A grande vitória da saída de Moro é da ala bandida do Congresso Nacional. A que
ajudou a derrubar o pacote de projetos de combate ao crime organizado.
Quarteto
O quarteto de deputados hoje mal visto pelo Palácio: Rodrigo Maia, Kim Kataguiri,
Joice Hasselmann e Alexandre Frota. Os três últimos eleitos como bolsonaristas .
Desunião, nessa hora..
De Levy Fidelix, presidente do PRTB, partido do vice Mourão, a aliados sobre a tensão
criada nos últimos dias: “É lamentável que num momento tão crítico ainda vemos esse
embate de egos desnecessário fragmentar a já tão fragmentada base de governabilidade
de nosso País”. Preocupa-me muito, também, o fracionamento do poder Federativo
Nacional onde estados, municípios e a União se combatem mutuamente.
Hein!?
O DEM fechou os olhos para os escândalos com acusações de estelionato envolvendo o
deputado federal Luís Miranda (DF), e o tornou vice-líder do partido.
Curralzinho
Enio Marques, um veterinário ligado à JBS – levado ao Governo por Ônix Lorenzoni –
continua na Casa Civil com General Braga Neto.
Vitória da vida
O STF, em votação virtual, já enterrou a ação que poderia autorizar aborto de feto com
zikavírus. Até ontem, o placar estava em 6 a 0, a maioria dos ministros na Corte.
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