O dedo na tomada é inegável dos dois lados, e o curto-curcuito gerado é a politização do projeto em ano eleitoral. De um lado, o governo de Jair Bolsonaro (PL) quer privatizar a Eletrobras sob críticas dos contrários de que pede preço de banana na feira, e com risco de perder a soberania nacional sobre a geração de energia para um potencial sócio estrangeiro. De outro lado, fica evidente por parte do TCU o viés político para tentar barrar a venda. Relator do processo, o ministro Vital do Rego é egresso da ala do MDB ligada a Renan Calheiros (AL), o maior opositor de Bolsonaro no Senado, e grande aliado de Lula.
Vista
Em novo revés que atrapalha o plano do Governo, o TCU suspendeu o julgamento da segunda etapa da privatização após pedido de vista apresentado por Vital do Rêgo. O ministro queria prazo de 60 dias, mas foi convencido a reduzir para 20 dias.
Maio
O ministro da Economia, Paulo Guedes, já projetou o mês de maio como prazo final para desobstruir a venda da Eletrobras. E se Lula for eleito, a empresa não será privatizada.
Corporativismo
O caso do agora condenado Daniel Silveira simboliza o corporativismo na Câmara. Há meses, o parecer do Conselho de Ética que pede a suspensão do mandato do deputado aguarda análise no plenário.
Rompimento
Na esteira da insatisfação das categorias das forças federais com a demagogia do presidente Jair Bolsonaro em prometer aumento salarial não cumprido, os delegados federais soltaram uma dura nota – a mais crítica desde o início do Governo do Capitão – indicando um rompimento do apoio ao chefe da nação.
Freio
Entre os pontos da nota oficial, a corporação vai fazer o dever de casa a seu jeito, com um freio nas atividades: “redução de produtividade nas atividades administrativas de fiscalização”. A Associação Nacional dos Delegados de PF também orientou a classe a não aceitar viagens em missões sem o prévio acordo de reembolso de diárias.
Caixa-preta
O Partido dos Trabalhadores esconde o valor do contrato assinado há dois meses com a agência MPB Estratégia e Criação, responsável pela pré-campanha do ex-presidente Lula da Silva. Via assessoria, o partido se limita a afirmar à Coluna que “não está comentando esse assunto”.
Negociador
Diferente dos interlocutores do Governo e do próprio presidente Bolsonaro, que se mostram inábeis no diálogo com servidores, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, revela-se bom negociador. Ganhou voto de confiança e conseguiu suspender a greve do servidores do BC que já durava mais de um mês. Campos Neto sinalizou que, além de reajuste, outras demandas da categoria podem ser atendidas.
Indígenas candidatos
Partidos vão demarcar oposição ao governo Bolsonaro nas urnas com candidaturas de indígenas. O PDT já anunciou os pré-candidatos a deputado federal Daniel Muduruku (São Paulo), Narúbia Werreria (Tocantins), Almir Suruí (Rondônia) e Lucio Xanvante (Mato Grosso). Também concorrerão os líderes Vanda Witoto (Rede-AM), Val Eloy (Psol-MS) e Arildo Alcantara Terena (Psol-MS).