Planalto x QG

Um ano após o fim da Comissão Nacional da Verdade, voltou a ficar tenso o clima entre o Quartel General e o Governo Dilma. A demissão do general Antônio Martins Mourão do 3º Comando no Sul estava programada. É tido como voz dissonante do Governo há anos. O Ministério da Defesa só esperava um pretexto para concretizá-la.

E o fato novo apareceu. Foi a homenagem póstuma feita ao coronel Brilhante Ustra no QG do 3º Comando, em Santa Maria (RS), revelado pela Coluna dia 27, que teve acesso ao convite enviado a altos oficiais. Era Mourão também quem incitava a caserna a promover funeral com honras de chefe de Estado, com a tropa fardada, para o ex-torturador chefe do DOI-COD.

A presidente Dilma soube da homenagem no Sul e considerou provocação desnecessária. Cobrou posição do ministro Aldo Rebelo.

No boletim Informex do Exército consta nomes para promoção e transferências de outros 63 oficiais em todo o País. Mourão entrou na lista, e volta para Brasília.

Quem enviou os convites para os altos oficiais – inclusive membros do Ministério da Defesa, foi o General José Carlos Cardoso, subordinado a Mourão. Cardoso fica.

Em tempo, para o lugar de Martins Mourão foi designado o general Edson Leal Pujol.

Esforço mundial contra a Hepatice C

A Federação Mundial de Jornalistas Científicos relacionou apenas três brasileiros como especialistas para falar sobre os avanços no combate à Hepatite C. São os cientistas Evaldo Stanislau Afonso de Araújo, Fábio Marinho e Raymundo Paraná. A iniciativa da entidade é criar um movimento mundial para conscientizar a população sobre as consequências da doença, cujos casos de mortes quadriplicaram nos últimos anos. Ao contrário, por exemplo, da malária e das infecções por HIV.

O combate à Hepatite C é muito difícil, pois há mais de 50 subtipos da doença e muita gente abandona o tratamento, embora ele seja relativamente fácil.

O preconceito é grande problema no combate à Hepatite e mais de 80% dos infectados tem mais de 40 anos. Com novas drogas, o paciente é curado em 90% dos casos.

A bióloga Rosana Tabakan avisa que é preciso incentivar o diagnóstico, especialmente entre os que receberam transfusão de sangue ou fizeram alguma cirurgia antes de 1993.

Refresco

O governador Rodrigo Rollemberg (PSB), do Distrito Federal, voltou a garantir que vai cumprir a promessa de respeitar o cronograma de reajustes dos servidores a partir de outubro… de 2016.
A crise financeira do GDF é crônica e a situação entre servidores e o governo é quase insustentável. Os reajustes prometidos, em 2013, pelo então governador José Agnelo atingem 32 categorias.

Sinal trocado

O tucano José Aníbal (SP) gravou mensagem no YouTube onde afirma que as queixas de Lula não vão impedir a sequência das investigações da Operação Lava Jato. O ex-presidente acha que mexer com os filhos é uma campanha difamatória contra ele e às suas pretensões à Presidência da República em 2018.

Mas a PF não para de encontrar fortes indícios de ligações de Lula com as empreiteiras da Lava Jato, através de ‘pagamentos de palestras’ pelo Instituto, e do filho com os esquemas da Zelotes, que investiga as maracutaias no Carf e na Receita.

Acarajé eleitoral

O ex-deputado Geddel Vieira Lima promete chegar na convenção nacional do PMDB, marcada para o dia 27 de novembro, carregado de acarajé apimentado. Ele foi eleito presidente estadual na Bahia e está disposto a mexer com as velhas lideranças.

Já o irmão de Geddel, o deputado Lúcio Vieira Lima criticou ontem o governador Rui Costa (PT), que reclamou dos dados que colocam a Bahia como o Estado com mais homicídio no Brasil. “Não se trata de competição, mas o governo tem que melhorar a segurança, independente mente de outros (Estados)”.

Saco vazio

Caíram quase pela metade os recursos para a prevenção e resposta a desastres no Ministério da Integração Nacional. Houve uma queda de R$ 1,1 bilhão em nove meses. A ONG Contas Abertas diz que no mesmo período do ano passado já tinham sido repassados a Estados e municípios R$ 2,5 bilhões.

Sempre ele

A imprensa no Paraguai vai soltar denúncias contra a construção de novas linhas de transmissão de energia da usina binacional Itaipu, financiadas pelo governo brasileiro. Há informações de superfaturamento na obra, contratada quando o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto era do conselho da empresa.

Enquanto o Paraguai mira a linha em construção, o problema aqui é maior. Não saíram do papel as linhas de Belo Monte para o Sudeste, obra de R$ 5 bilhões vencida em licitação por uma empresa chinesa. A empresa quer trazer 5 mil operários chineses para a obra, mas a lei brasileira não permite.
Daí a atenção sobre o PL da Terceirização no Congresso Nacional, que uma vez aprovado pelo Senado e sancionado pode dar brecha jurídica para a chegada dos chineses. Na Eletrobrás, quem acompanha o caso é o diretor Adhemar Palocci.

Recuo estratégico

Eduardo Cunha vai dar um tempo e esperar a poeira baixar (se baixar) para colocar em pauta o projeto da repatriação enviado pelo Planalto, sem o parágrafo polêmico que isenta de punição quem tem conta secreta no exterior sem declarar à Justiça.

Mas a turma não desistiu. Há quem defenda a inclusão do parágrafo como emenda numa medida provisória, para passar despercebido. O texto isenta de crime quem tem conta não declarada, com dinheiro sem qualquer comprovação de origem.

Voltando pra casa

O Supremo Tribunal Federal está prestes a soltar o empreiteiro Marcelo Odebrecht por decisão liminar monocrática. A sensação entre amigos é que ele passa o Natal em casa.

UFC Salão Verde

Não chamem para um café os deputados Manoel Junior (PMDB-PB) e Silvio Costa (PSC-PE). Eles se estranharam no Salão Verde por causa de Eduardo Cunha.

Teco-teco

A crise também pegou em cheio a Infraero. A estatal aplicou até agora somente 39% do previsto no Orçamento. O dinheiro é menor do que foi investido em 2012

É grave a crise

A ONG Repórteres Sem Fronteiras solicitou à ONU que crie um posto especial de Secretário Geral de Proteção de Jornalistas, diante de dezenas de profissionais assassinados apenas em 2015 no exercício da profissão.

Ponto Final

Dilma demitiu o general do 3º Comando no Sul por falar a verdade: que a corrupção se alastrou e o governo é incompetente.

Com Equipe DF, SP e Nordeste

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