É inegável que a ocupação da Assembléia Legislativa, desde a última terça-feira, colocou pressão sobre os deputados. Ao menos uma parte dos parlamentares parecia ainda deconectada da realidade e, com o susto, pode ter finalmente entendido o recado das ruas. Além disso, a estratégia de ocupar o Legislativo, mantendo as vias livres, demonstra foco e maturidade do movimento.
Feito o registro das virtudes, é preciso chamar a atenção para os abusos. É no mínimo incoerente que o grupo que ocupou a Assembléia aos gritos de “O povo retomou a Casa do Povo” insista em hostilizar os jornalistas que se revezam na cobertura da mobilização. Quem luta por democracia (ou pelo menos carrega esses discurso) não pode impedir o trabalho da imprensa e, pior ainda, se achar no direito de escolher quem pode ou não trabalhar.
Censura não
Já disse e vou repetir: toda ditadura é ruim, seja de direita ou esquerda. Movimento social que só aceita cobertura favorável pode ser tudo, menos democrático.
Quem manipula?
Diante da proibição de acesso da imprensa à Presidência da Ales, imposta pelos manifestantes, o repórter de um veículo local tentou conseguir uma foto com os próprios ativistas. Um dos participantes da ocupação, que retornava ao local após o ‘revezamento’, se ofereceu para ajudar e telefonou para os colegas: “Arruma tudo aí, deixo tudo bacana e tira uma foto legal para divulgar na imprensa”. Ah, tá…
Barbas de molho
As recentes operações da Polícia Federal estão deixando muito político preocupado. Embora nas últimas ações em solo capixaba nenhum ocupante de mandato tenha sido detido, boas fontes indicam que tem “autoridade” na mira da PF.
Acorda bancada!
Projeto de Lei de autoria da deputada Sueli Vidigal, que tramita há quase seis anos na Câmara foi aprovado ontem (3) na Comissão de Constituição e Justiça. A proposta da deputada altera o caput do art. 3º da Lei 8.080, que regula o Sistema Único de Saúde (SUS), incorporando a expressão “atividade física” ao texto que especifica os “fatores condicionantes da saúde”. Não é nada, não é nada… não é nada mesmo.
Carteira vazia
Os membros do Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo, TRE-ES, aprovaram ontem (3), por unanimidade, a suspensão do Fundo Partidário destinado aos Diretórios Regionais do PT do B e do PHS.Segundo o TRE-ES, os partidos foram intimados pela Coordenadoria de Controle Interno (COCIN) para regularizar a situação, mas não apresentaram a documentação. Agora, o TRE-ES deve comunicar os Diretórios Nacionais do PT do B e do PHS para que ambos suspendam o repasse das cotas do Fundo Partidário para os Diretórios Regionais.