Mais uma vez a capital capixaba se transformou em uma praça de guerra. Os excessos, outra vez, partiram de um grupelho interessado apenas em provocar o confronto. E não adianta algumas lideranças, sindicalistas e manifestantes argumentarem que o governo encerrou o diálogo. Quem estava hoje na praça João Clímaco, e não faltam imagens disso, testemunhou o exercício do terror, da provocação e da intolerância. O fato é que os manifestantes puderam se aproximar o quanto quiseram do Palácio Anchieta, um patrimônio histórico, justamente porque a Polícia não foi utilizada para impedir a manifestação. Ao contrário do episódio da Assembléia Legislativa, quando manifestantes foram impedidos de acessar as galerias, nesta sexta-feira, ninguém foi impedido de se protestar. Lamentável a liberdade ser usada para o vandalismo simples e desmotivado. A falta de controle sobre os rumos do movimento e a exposição de cidadãos, comerciantes e trabalhadores à violência gratuita desgastam e enfraquecem os movimentos sociais legítimos. Nas ruas, os capixabas repudiam totalmente a violência praticada por esses grupos. Sendo assim, se os organizadores de protestos não expurgarem esse tipo de delinquente, não adianta acusar a PM de violência excessiva. Nesta sexta-feira, o terrorismo mostrou sua face. Ninguém pode aceitar isso.
Ditado da vovó
Já dizia minha saudosa avó: “quem com porcos se mistura, farelo come”. Quem não é vândalo, deveria se afastar dos vândalos e deixar a PM agir. Qual o objetivo de se colocar entre um bando de saqueadores e a Polícia? Quem faz isso está querendo exatamente o que?
Raiva de quem?
Alguém pode me explicar o que um supermercado, localizado a pelo menos 300 metros do Palácio Anchieta tem a ver com o “protesto”. Por acaso o supermercado criou o pedágio da Terceira Ponte? Não há qualquer justificativa para os ataques e saques sofridos por diversos comerciantes em Vitória e Vila Velha nas últimas semanas. Quem tenta impedir a ação policial nesses casos é cúmplice e, em nossa opinião, deve ir para a cadeia também.
Protesto de quem?
O que faziam, no meio da manifestação, servidores públicos ocupantes de cargos comissionados? Foram vistos pelo menos três assessores parlamentares, que estavam la protestando, no horário de trabalho. Aliás, segundo o próprio site da Câmara dos Deputados, “os cargos em comissão de secretário parlamentar têm por finalidade a prestação de serviços de secretaria, assistência e assessoramento para atendimento das atividades parlamentares específicas de cada gabinete”.
Realista
Em entrevista publicada pela Agência Congresso, a senadora Ana Rita (PT) revelou que tem dois objetivos imediatos: “lutar pela presidência do diretório regional do PT e pela reeleição da presidente Dilma em 2014”. Segundo a publicação, a parlamentar revelou ainda que não está preocupada em buscar a reeleição. Muito prudente, da parte dela, que chegou ao cargo como suplente de Renato Casagrande. Mas considerando os protestos por todo o estado e a queda de popularidade da presidente, talvez a reeleição nem seja uma meta assim tão difícil…
Eles não aprendem
Assunto polêmico e com impacto direto na vida dos cidadãos, a MP 621/13, que cria o Programa Mais Médicos, só vai ser analisada na Câmara dos Deputados a partir de agosto. O motivo, lógico, é o recesso branco, malandragem parlamentar que, inclusive, burla a legislação em vigor. E que até agora nenhum parlamentar do Espírito Santo teve coragem de criticar. O corporativismo parece falar mais alto.