A chance (mais uma) da Assembleia mostrar sua independência

assembleia_legislativa__55fa01a6e1A semana na Assembleia Legislativa do Espírito Santo promete ser movimentada. Nesta segunda-feira, os deputados estaduais devem escolher quem será o presidente da Comissão de Finanças, uma das mais cobiçadas da Casa. Após o PMDB recuar e voltar a disputar a vaga, a escolha pode ser uma oportunidade para seus membros barrar uma suposta interferência do Governo. É que nos bastidores, a informação é de que o Palácio Anchieta tem preferência pelo deputado Atayde Armani (DEM), atual vice-presidente da comissão.

O que chama atenção é que, apesar de poderes independentes, a Assembleia Legislativa sempre vem dando demonstração de que os arranjos são definidos somente após a bênção do governador Renato Casagrande. Embora negue o Palácio negue a interferência, há rumores de que foi assim com a escolha do então deputado Sérgio Borges para ocupar uma cadeira no Tribunal de Contas.

Nem mesmo os deputados fazem questão de esconder essa imposição. Durante a semana, o petista Cláudio Vereza (PT), insatisfeito com a decisão do Governo de rever o pagamento dos 11,98% de reajuste dos servidores, fez um desabafo.

“A Assembleia Legislativa aprova tudo (do Governo), aprova fundo disso, fundo daquilo, fundo daquilo lá. Elege os conselheiros, etc, etc. Nos dias seguintes, vem sempre uma pancada na Assembleia Legislativa”, destacou em seu discurso.

Já na próxima quinta-feira, os deputados terão a chance de dar uma demonstração de independência dos poderes e não apenas dizer amém para tudo que o Governo faz, como o próprio Vereza fez questão de dizer. O secretário de Saúde, Tadeu Marino, irá fazer sua prestação de contas do seu mandado.

Embora sejam inegáveis os avanços e investimentos feitos nos últimos anos, a saúde ainda precisa de mais recursos para atender a população, já que os corredores continuam cheios e sobram reclamações por falta de médicos e leitos.

Na oportunidade, os membros da Comissão de Saúde vão ouvir o que o secretário tem para falar. A expectativa, pelo menos de todo cidadão, é de que ao invés de elogios e pequenas cobranças pontuais, os parlamentares façam seu papel de cobrar e exigir melhores condições nos hospitais públicos do Estado. Vamos aguardar!