Vem chamando atenção do meio político a forte participação do prefeito de Viana, Gilson Daniel (PV), nas articulações feitas de olho nas próximas eleições. É ele, por exemplo, que vem liderando o movimento de prefeitos em torno da reeleição do governador Renato Casagrande (PSB). Durante a semana, ele conseguiu levar para o município mais de 50 prefeitos para assinar um manifesto em apoio ao socialista.
Gilson comanda atualmente um município que viveu anos esquecido por governos anteriores e dividia o título de “patinho feio” na Grande Vitória com Cariacica. Foi vereador até então desconhecido, mas conseguiu vencer uma eleição em cima de um grupo político que já estava no poder há vários mandatos.
Ao assumir o Executivo, implementou uma série de mudanças para deixar a cidade mais atrativa para os negócios e deu um passo importante para o desenvolvimento local. Conseguiu grandes repasses dos governos federal e, principalmente, estadual. Por isso, talvez, defenda tanto a manutenção de Casagrande no Palácio Anchieta.
Além disso, uma outra leitura que se faz é de que Gilson representa uma nova maneira de fazer política. Aquela que está mais perto do povo, descentralizada e que acompanha in loco os problemas da população. Assim como outros prefeitos da nova geração, ele abre o gabinete e ouve a reclamação dos moradores até pelo telefone, sem filtro e sem intermédio de assessores.
Casagrande também é assim. Representa a mudança de gestão, daquelas de gabinete que há muito tempo dominou o Estado. Ele próprio lembrou disso durante recente evento no Palácio Anchieta. Na ocasião, houve protestos de professores em greve. Nunca antes em uma solenidade com várias autoridades no principal salão do Palácio Anchieta foi registrada esse tipo de manifestação. Casagrande contornou a saia justa, mesmo debaixo de vais, e acabou associando o ato ao período atual onde nunca se teve tanta liberdade de expressão.
Talvez por esse sentimento de mudança a candidatura do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) já não seja mais uma unanimidade e divide, inclusive, prefeitos e lideranças do seu próprio partido. Hartung teve uma importante participação na história política estadual, mas seu modelo de gestão centralizador ao que tudo indica já não é mais visto com tanta simpatia.
Na disputa entre o velho e o novo, a população é que vai fazer sua escolha nas urnas, em outubro. Mas se analisarmos pelas últimas eleições municipais, o desejo da mudança pode continuar prevalecendo. É esperar para ver!